A notícia, lida no "Obs", deixou-me perplexo, mas curioso.
Para lutar contra a concorrência da Net e das novas tecnologias que, apoiando a leitura, prejudicam, irremediavelmente, o comércio livreiro, foi inventada uma máquina, em 2007, que produz livros, em cerca de 5 minutos, já encadernados - se for essa a opção do comprador. A reprodução abrange, para já, 8 milhões de títulos e o preço de um livro de 100 páginas é de 4,50 euros. Até hoje, foram vendidas cerca de 60 destas máquinas especiais que ocupam um espaço de 2 metros quadrados e a que chamam provisoriamente Espresso Book Machine (EBM). Trinta delas estão em funcionamento nos E. U. A., 1 em África, e as restantes, estão espalhadas pelo mundo. O preço da EBM é alto: 70.000 euros. Mas se tiver uma produção a tempo inteiro, o investimento pagar-se-á em 11 anos.
Em Santa Cruz, na Califórnia, há uma destas novas livrarias. Não tem livros, mas muito papel em branco e uma enorme máquina, no centro da loja, onde existe apenas um empregado que, provavelmente, pouco saberá de obras literárias, mas domina muito bem o trabalho informático. O presumível leitor-comprador entra e pede, por exemplo, um exemplar de "Madame Bovary", ao empregado. Este sintoniza a EBM, fazendo a ligação para um banco de dados, e põe-na a trabalhar, enquanto o freguês vai tomar um café. Quando regressar, o livro está pronto para ser levado e lido. Evitam-se os fundos, o transporte e as devoluções. Mas creio que se perde, no meio disto, alguma coisa...
Talvez para efeitos de propaganda, foi lançado um concurso para dar um nome mais simpático à máquina EBM. Há já algumas sugestões, no ar: Opus, Lurch, Homer, Gutenborg.