quinta-feira, 30 de novembro de 2023

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

1 haikai japonês

 

Trinco as uvas
bago a bago -
como um cacho de palavras.


Nakamura Kusatao (1901-1983)





terça-feira, 28 de novembro de 2023

Da Janela do Aposento 75: Ignorância

Ora, por consultas consideradas fiáveis, encaminhei as minhas pesquisas para as recomendações do Plano Nacional de Leitura, pensando encontrar propostas cientificamente abalizadas para ofertas a meninos do ensino básico.

Ora, vejam o que encontrei:

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A VIAGEM DO INFANTE D. PEDRO [ TEXTO POLICOPIADO] : PELAS QUATRO PARTIDAS DO MUNDO DE GÓMEZ DE SANTISTEBAN / MARGARIDA MARIA RIBEIRO SÉRVULO CORREIA

 

 

AUTOR(ES): 

Correia, Margarida Sérvulo

TÍTULO DESEN: 

A viagem do Infante Dom Pedro

PUBLICAÇÃO: 

Lisboa : [s.n.], 1999

DESCR.FÍSICA: 

155 f. ; 30 cm

TESE: 

Tese mestr. Interdisciplinar em Estudos Portugueses, Univ. Aberta, 1999

BIBLIOGRAFIA: 

Bibliografia, f. 149-155

ASSUNTOS: 

Santo Estêvão, Gomes de, 1388-? -Livro do Infante D.Pedro de Portugal -- [Teses]

CDU: 

821.134.3 Santo Estêvão, Gomes de

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Estado

 

L. 63995 V.

Fundo Geral Monografias

Normal

Disponível


No Plano Nacional de Leitura !

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As viagens do Infante D. Pedro

 

 

AUTOR(ES): 

Correia, Margarida Sérvulo

EDICAO: 

1a ed

PUBLICACAO: 

Lisboa : Gradiva 2000

DESCR. FISICA: 

177, [3] p.

ISBN: 

972-662-740-0

ASSUNTOS: 

Pedro, Infante de Portugal, 1392-1449 -- Viagens

CDU: 

821.134.3-992.09

94(469)"13/14"

910.4(=1.469)"13/14"

Livro recomendado PNL2027 - Antes 2017 - Cultura e Sociedade - dos 9-11 anos - Fluente

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Tipo Empréstimo

Estado

 

Biblioteca Camões

82P.09-992/COR

Não Ficção Adultos

Livro

Na estante

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 Ou seja, uma Tese de Mestrado proposta, por incompleta ignorância, para a leitura de meninos de 9-11 anos !

Como é possível haver tanta ignorância e até descrédito para uma iniciativa, que até teria méritos, se fosse executada com seriedade, que não é o caso, como se verifica.

Confesso que nem quis acreditar no que estava a ver, conhecendo bem a Tese de Mestrado em causa. Até considero uma falta de consideraçáo para com a autora.

Post de HMJ

Das colheitas amadoras

 
Acabo de voltar da varanda a sul, aonde fui ver o estado evolutivo do único limão sobrevivente da terceira floração deste ano do renitente limoeiro que, produzindo inúmeras e belas flores, parece teimoso e apostado em abortar de frutos. O limão solitário vai bem, mas pouco tem desenvolvido nos últimos dias. Mas como lá diz, sabiamente, o provérbio: " A azeitona e a fortuna, umas vezes muita, outras nenhuma."



No ano passado (2022), nem a oliveira nem o limoeiro produziram o que quer que fosse, mas este ano a oliveira da varanda a sul foi um fartote e recorde, produzindo 162 azeitonas (1,284 kg.) que já foram curtidas e provadas. Enormes, estão óptimas. Aproveito para aqui deixar exarado o inventário das safras dos anos anteriores, desde o início da produção:

2012 -  5 azeitonas
2013 - 49      "
2014 - 56      "
2015 - 28      "
2016 - 49      "
2017 - 115    "
2018 - 56      "
2019 - 54      "
2020 - 57      "
2021 - 62      "
2022 - 0        "
2023 - 162 azeitonas.

Entretanto, uma nova oliveirinha, que comprámos no início deste ano, já deu boas novas na varanda a leste. A promissora safra presenteou-nos com 56 azeitonas médias que estão a curtir, também.

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Para os "soixante-huitards", especialmente






Saído há pouco mais de um mês, este número especial de Le Monde, dedicado ao cantautor Léo Ferré (1916-1993), não deixa por mãos alheias a qualidade gráfica e dos textos a que o jornal francês nos habituou.


Desde 1984 que este anarca monegasco, por nascimento, é um dos meus cantores de língua francesa e de eleição. De Léo Ferré destacaria três das minhas canções preferidas: Ton Style e Tu ne dis jamais rien (ambas de 1971) e ainda Avec le Temps (1972), que já constam no registo do Arpose.


Aqui deixo também uma curiosa foto de 3 amigos: Brel, Ferré e Brassens, da esquerda para a direita.

Da leitura (54)



A ter em conta como ideia ou para expressar um contraditório: 

"... Como afirma Peter Bürger (1954) na sequência do legado de Walter Benjamin, com a invenção da fotografia não é apenas a pintura que perde a sua «função» social, mas é sobretudo o antagonismo entre arte e sociedade burguesa que paulatinamente retira à arte qualquer utilidade social, o que implica, por um lado, o esteticismo (a consagração da arte exclusivamente em função dos valores estéticos), e, por outro, a especialização do artista, a partir da progressiva divisão do trabalho."

José Carlos Pereira, in O Valor da Arte (pg. 64).

domingo, 26 de novembro de 2023

João Menéres (1934-2023)

 

É sempre triste dar notícia de uma desaparição. Sobretudo de um Amigo. Que conheci já tarde na vida, mas que me habituei a admirar pela simplicidade, grandeza de alma, modéstia e uma obra estética notável.

Finch / Bhrian

sábado, 25 de novembro de 2023

Da Janela do Aposento 74: Os limites da Inteligência

A seriedade da vida, do pensamento e do nosso olhar para o mundo – e dos seus segredos – nada tem a ver, de facto, com esta espuma espessa de ignorância que cada vez mais oculta a essência do ser humano, ameaçando, inclusivamente, a nossa vida em liberdade.

Contrariando a miragem do mediático ignorante, apraz-me, pois, trazer um exemplo dos segredos da inteligência que continua a inquietar os verdadeiros espíritos.

Quando, há dias, recebi um trabalho sobre um impressor notável, espanhol, de origem francesa de Brocar (?), chamado Arnão Guillén de Brocar, gentilmente enviado por um estudioso da imprensa e da História do Livro em Espanha, o Professor D. Julián Martin Abad, apercebi-me, mais uma vez, do ruído ensurdecedor que nos afasta da essência e nos lembra da nossa suprema ignorância, do passado e também do presente.

Exemplificando, e para a elevação do discurso que se pretendo cultivar, junto exemplos que nos aproximam do limite da inteligência, sem deixar de assumir a ignorância perante o desconhecimento da matéria de facto.

Com efeito, olhando para a reprodução dos alfabetos de iniciais do impressor acima citado, Arnão Guillén de Brocar, relembramos que o trabalho de comparação é condição essencial para uma investigação do material tipográfico em uso em determinada oficina.

Ora, o referido impressor espanhol, Arnão Guillém de Brocar, utilizou desde 1499, assim como em 1501 e 1503, a seguinte inicial, branca sob fundo negro de que reproduzimos exemplos do emprego na impressão da Instructiones Latinae, em 1508:

Cólofon da edição de Instructiones Latinae, 1508

A recordação de iniciais semelhantes, mas não idênticas, encaminhou-nos, obviamente, para os impressos da oficina de Lisboa, de João Pedro de Bonhomini de Cremona, designadamente do Sacramental, saído em 1503 na cidade de Lisboa.

Será que a tão apregoada “inteligência artificial” me resolverá o enigma sobre a origem das duas séries de iniciais, revelando os artífices que as desenharam, assim como o produtor e o lugar de origem ? Tenho dúvidas !

 Post de HMJ

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Miscelânea (11)


Aqui há uns bons anos, um jornal inglês de esquerda, perguntava na capa, com a imagem de Gerhard Schröder (1944), pouco antes de eleições germânicas, se o leitor era capaz de comprar um carro em segunda mão a este alemão. O dito ex-chanceler ganha, hoje, a vida na Gazprom, e muito bem.
Eu creio que, nessa altura, os reclames apresentavam ainda para bom exemplo indivíduos compostos, às vezes de gravata e fato, sérios, limpos e bonitos. Hoje o paradigma mudou radicalmente de estilo. Quanto mais sujo, descomposto e feio, melhor.



É certo que eu tenho grandes dúvidas que os jovens comprem o jornal Público, pelas capas, habitualmente inestéticas, do suplemento ípsilon, mas os directores devem achar que sim, para persistirem no método, de forma teimosa, para não dizer: autista. Pela minha parte, devo confessar que, do anexo hebdomadário, leio apenas, normalmente, a antepenúltima e penúltima página com os artigos de António Guerreiro e Ana Cristina Leonardo. O resto parece-me palha quase sempre, e da pior.

Citações CDLXXX



Aceito a vida por boa educação: a revolta perpétua é de mau gosto, tal como o lado sublime do suicídio. 

E. M. Cioran (1911-1995), in Précis de  Décomposition (1949).

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Osmose 133



Que o mundo anda imensamente desarrumado e agressivo, já eu sabia. 
Que há falta de médicos, camionistas, professores, canalizadores e enfermeiros também tinha conhecimento.
Agora que escasseiam medicamentos, é que eu desconhecia de todo. Em busca desta mezinha (em imagem), que devo tomar semanalmente, fui a 6 farmácias, nos últimos 4 dias para a comprar - debalde! "Que está esgotada!" Seja o original, sejam os genéricos. E as senhoras farmacêuticas nem sequer têm previsão de reposição do ácido alendrónico...
(Ah mundo, ao que chegaste!)
E que dirão, sobre isto, a ANF e o Infarmed, habitualmente tão zelosos e palradores?

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Recomendado : noventa e nove

 

Volto a referir desta vez e recomendar este número 6, e último, de O Porto Literário, saído hoje, com o jornal Público, bem como um proveitoso e anexo mapa da Invicta. E, se mais não fosse, pela excelente introdução Passeio pelo Porto literário (século XX), resenha sucinta, mas essencial e competente, da Professora Isabel Pires de Lima (1952).

Ideias fixas 82

 

Nunca percebi muito bem a personalidade das rémoras, no universo dos blogues. Criaturas que se esparramam abundantemente, sem medida e contenção, em comentários pelos blogues dos outros, ocupando espaço e propriedade alheia, de forma desmesurada, muitas vezes com textos que excedem, em tamanho, o próprio texto que comentam. Mas devem ser, com certeza, da família dos cucos, esses incontinentes desgovernados.