A seriedade da vida, do pensamento e do nosso olhar para o mundo – e dos seus segredos – nada tem a ver, de facto, com esta espuma espessa de ignorância que cada vez mais oculta a essência do ser humano, ameaçando, inclusivamente, a nossa vida em liberdade.
Contrariando a miragem do
mediático ignorante, apraz-me, pois, trazer um exemplo dos segredos da
inteligência que continua a inquietar os verdadeiros espíritos.
Quando, há dias, recebi um
trabalho sobre um impressor notável, espanhol, de origem francesa de Brocar
(?), chamado Arnão Guillén de Brocar, gentilmente enviado por um estudioso da
imprensa e da História do Livro em Espanha, o Professor D. Julián Martin Abad,
apercebi-me, mais uma vez, do ruído ensurdecedor que nos afasta da essência e nos
lembra da nossa suprema ignorância, do passado e também do presente.
Exemplificando, e para a elevação
do discurso que se pretendo cultivar, junto exemplos que nos aproximam do
limite da inteligência, sem deixar de assumir a ignorância perante o
desconhecimento da matéria de facto.
Com efeito, olhando para a
reprodução dos alfabetos de iniciais do impressor acima citado, Arnão Guillén
de Brocar, relembramos que o trabalho de comparação é condição essencial para
uma investigação do material tipográfico em uso em determinada oficina.
Ora, o referido impressor espanhol, Arnão Guillém de Brocar, utilizou desde 1499, assim como em 1501 e 1503, a seguinte inicial, branca sob fundo negro de que reproduzimos exemplos do emprego na impressão da Instructiones Latinae, em 1508:
A recordação de iniciais semelhantes, mas não idênticas, encaminhou-nos, obviamente, para os impressos da oficina de Lisboa, de João Pedro de Bonhomini de Cremona, designadamente do Sacramental, saído em 1503 na cidade de Lisboa.
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