Entre a fama e o apagamento dos lugares, o mais difícil é o gradual equilíbrio intermédio da passagem.
No primeiro capítulo do Viagens, livro focado anteriormente, aqui no Arpose, Stefan Zweig (1881-1942) escreve sobre a praia belga de Ostende, em 1902, então no seu esplendor turístico e veraneante. Também eu ouvira falar dela, ainda em meados do século XX, como praia estrangeira de moda. Mas quando por lá passei, em finais dos anos 90, a sua decadência era já notória e deprimente. Melhor estava, ou parecia estar, Blankenberge que sempre fora modesta ou pouca ambiciosa na sua projecção de destino turístico de Verão, guardada, muitas vezes, para mutilados da II Grande Guerra e famílias mais humildes ou de poucas posses.
O declínio de Ostende no final do século, fez-me lembrar a portuguesa praia da Granja, a norte, que também fora famosa, mas se encaminhara para a ruína turística, com os seus palacetes abandonados e jardins descuidados. Entretanto, e no sentido contrário, a Póvoa de Varzim que fora, nos anos 50/70, de arquitectura harmoniosa, à beira-mar, crescera depois, de forma desmesurada e selvática, para mal de nós.
Acho que nunca fui à Granja e gostaria - precisamento pelos palacetes do fim do século XIX. A Figueira ainda vai mantendo alguma mística. O Algarve está completamente descaracterizado - pelo menos onde eu tenho ido. Bom dia!
ResponderEliminarConheci o Algarve em 1975, mas já pouco escapava: Lagos, Vila Real de Sto. António, talvez Silves e pouco mais...
EliminarBoa tarde.