Amar um escritor, é querer que ele nunca pare de escrever. Assim, depois da sua morte, antes de nos prepararmos para nunca mais, senão relê-lo, passámos a pente fino dossiês e papéis dispersos, na esperança muitas vezes desiludida de descobrir um inédito maior, um diário íntimo surpreendente, uma correspondência desconhecida. Quando esgotamos todas estas pistas, só nos resta aquilo que os amadores chamam «curiosidades» ou «documentos» - que os contemporâneos se apressam a designar como "fundos de gaveta". É certo que a fronteira entre eles é frágil. Ela passa pela estima que dedicamos ao escritor em questão. E pelo desejo de compreensão tão amplo quanto possível dum percurso literário. Portanto, de uma vida.
Josyane Savigneau (1951), em prefácio a Conte bleau..., de Marguerite Yourcenar (1903-1987).
Não conheço estes contos (?) de Yourcenar. Quando começam a ir aos baús é bom que deixem lá o que o escritor nunca teria publicado em vida.
ResponderEliminarBom dia!
É verdade, muitas "recuperações" são meramente mercantis. Dos três contos deste livrinho (92 páginas), apenas 2 são inéditos.
EliminarBoa tarde.
Excerto interessante. Bom dia!
ResponderEliminarIdeias acertadas, sem dúvida.
EliminarBoa tarde.