sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Recomendado : noventa e sete



Não tenho a certeza sobre qual foi o primeiro grande pintor cuja obra me fascinou. Fra Angelico (1395-1455) ou Van Gogh (1853-1890)? Embora me incline para este último, através dum livro ilustrado (da Aster?) que comprei na minha juventude e folheei dezenas de vezes para contemplar as imagens dos seus quadros. 
Na sequência, não resisti portanto a este hors-série de Le Figaro, sobre o genial pintor holandês. Com 162 páginas em papel couché e um aparato gráfico de excepcional qualidade, só o posso recomendar, vivamente. Um pequeno óbice: o preço - 14,50 euros. Bem merecidos, aliás.


Nota: a imagem deste último quadro é o retrato da mãe do pintor, feito no ano de 1888, por Van Gogh.

Ideias Fixas 80


Quando se acabar a verborreia incontinente e vácua do PR, vai ser um descanso!
O problema é que ainda vai demorar algum tempo enorme de banalidades diárias... 

Ao lado



Por meados do século XX, a temática do donjuanismo era algo estudada e referida. Entre outros, Albert Camus dedicou-lhe atenção e Urbano Tavares Rodrigues algumas páginas, também. Mas a obra clássica mais conhecida era o D. Juan (1940), do médico e historiador espanhol Gregorio Marañon (1887-1960). Cuja versão em português traduzida por António Brochado, foi editada pela Livraria Tavares Martins (Porto) em 1947.



Em 2022, tive oportunidade de adquirir barato (3 euros), na rua da Misericórdia, um exemplar usado em bom estado, pois nunca o tinha lido. Só agora o acabei, no entanto. Mas das 304 páginas, verdadeira e surpreendentemente, apenas cerca de 2/3 são dedicadas a D. Juan Tenório, muito embora tivesse ficado a saber muita coisa sobre Filipe IV (de Espanha) e sua mulher, Isabel de Bourbon, que passou, erradamente segundo Marañon, por ter sido uma das conquistas do sedutor castelhano.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

As palavras do dia (51)



Caridade e ganância de mãos dadas, ou os extremos tocam-se, muitas vezes. 

Bibliofilia 207

 


Escritor prolífico e de temáticas muito diversificadas (da poesia ao romance histórico, passando pelo ensaio), grande amigo de Camilo, de quem foi um dos primeiros biógrafos, Alberto Pimentel nasceu no Porto, em 1849, e viria a falecer em Queluz, no mês de Julho de 1925. Ao longo da sua vida editou mais de uma centena de títulos, muitos deles com interesse indiscutível.



Este Diccionario de Invenções (Lisboa, 1876), de ambição enciclopédica, foi pena que se tivesse ficado pelo volume inicial, ainda assim com 524 páginas, e inacabado pela palavra litúrgica "Extrema-unção", bem explicada, aliás como todas as outras contidas na obra.




Adquiri este meu exemplar, que se encontra em boas condições e encadernado, no início do século XXI, na rua do Alecrim (Lisboa). Custou-me 22 euros.

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Foi assim ...

 


... ao começo da noite lisboeta.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

O monstro



Veneza já condicionou estes paquidermes flutuantes, a França proibiu as trotinetes e talvez tenha restringido os foleiros tuque-tuques, mas Lisboa, como é liberal e mãos rotas, além de usar de grande delicadeza democrática, tudo permite. As abarracadas feiras (medievais?) transitam da avenida da Liberdade para o jardim do Príncipe Real, deste para o Cais do Sodré e daqui para S. Pedro de Alcântara, repetindo tudo, em seguida, continuamente. Moedas, entretanto, entretém-se pueril, com a revolução de trânsito na avenida da Liberdade e adjacências. Trotinetes, tuque-tuques, lixo vão-se desarrumando por Lisboa, e os paquetes paquidermes continuam chegando e poluindo a capital, impunemente. Deste caos enorme, Moedas, o tolo de aldeia, colhe uns cobres de pobrete pateta...
Haja saúde!

Uma fotografia, de vez em quando... (176)



Hoje, por cá, amanheceu assim. 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Um poema vertido do galego, de Celso Emilio Ferreiro (1914-1979)

 


Os Ratos


Um rato é uma coisa que se move,
uma coisa que vive pelos sótãos
e tem um coração pequerrichinho
e dois olhos de vidro sempre acesos.

Uma coisa que vai furando as trevas,
surge correndo, passa, foge e vai.
Um rato é uma coisa que está viva,
um entre só, depois já não é nada,
sombra nas sombras tristes dos buracos.

E a noite é um buraco sem orelhas
para os homens, tristes ratos sem refúgio.

Um homem é uma coisa que medita,
cismando sempre, sempre amargurado,
fugindo de outras coisas que se movem,
desarrumando papéis,
e remexendo, 
continuamente remexendo.
Sempre com pressa, atarefado sempre,
caminha, vai choutando entre os buracos,
nos sótãos do mundo,
nas estradas da vida,
nas pedras,
no vento,
nas ruas, 
nos seios das mulheres.

Um rato é uma coisa que se move.

Escuta-me Walt Disney, onde estavas?
que os meus sonhos de pombas não te viram?
Quando o meu coração era menino
e havia caravelas nos meus olhos?


(in Cartafol de Poesía, 1936) 

domingo, 24 de setembro de 2023

Pinacoteca Pessoal 197



Nascido em Lubeque, Johann F. Overbeck (1789-1869) fez a sua aprendizagem em Viena e Roma, cidade esta onde viveu a maior parte da sua vida e veio a morrer. Converteu-se ao catolicismo e pertenceu ao grupo dos Nazarenos que procuravam viver a religião na sua pureza e forma mais primitiva.



A sua pintura foi influenciada pelos Pré-Rafaelitas, mas alguns dos seus quadros denunciam, no tratamento geométrico das roupagens (Visita dos Reis Magos, de 1813), por exemplo, sinais precursores do que viria a ser o cubismo e outras tendências da modernidade.



quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O supremo abuso



O oportunismo descarado vem da Quinta dos Termos, vinhos da Beira Interior, mas os novos proprietários da que foi a séria Livraria Sá da Costa colaboram na trapaça reles de usar a figura de poetas (Cruzeiro Seixas, Eugénio de Andrade...) para ilustrar rótulos de vinhos, pondo-os na montra. No dia da Poesia? Irra!
Como diria F. Assis Pacheco: "Não posso com tanta ironia..."

Citações CDLXXV



É sempre mais difícil ser um herói para o seu criado do que para o seu biógrafo.

John W. Dafoe (1866-1944), in Laurier (1922). 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Apontamento 157: A receita Cristas para desfigurar o centro de Lisboa avança a bom ritmo

 


Ora, a experiência de vivência durante décadas autoriza-nos a relatos fidedignos, designadamente da desfiguração COMPLETA da zona do Chiado pela receita Cristas.

Já tínhamos perdidos os nossos lugares de cultura, alfarrabistas e livreiros, para nos acercar, por completo, até nos abastecimentos diários de víveres.

Para além de uma loja Superfrutas, que nos abastece de leite, iogurtes, fiambres, frutas e legumes, tínhamos, ao lado, um talho, honesto e bem apetrechado. Com clientela até de pessoas remediadas do Bairro Alto.

FECHOU ! 

O aumento da renda seria para cima dos 1000,00 euros, informação que recolhemos junto de fonte fidedigna.

Agora, o espaço tem mais uma destas lojas de bugigangas para turistas chungas, contribuindo para a completa descaracterização do Centro de Lisboa.

Certamente, no antigo lugar do fundo da loja, reservado aos frigoríficos, se acomodam as tais camas de 350,00/cama. Só pode ! Uma loja de bugigangas a suportar uma renda acima de 1000,00 que um talho não podia suportar !

Onde anda a fiscalização camarária, da Senhora Vereadora toda abespinhada em tantos espaços não controlados !

Ficamos, pois, sem mais um espaço essencial para a nossa vivência no Centro da Cidade.

De facto, qualquer dia nem vale a pena sair de casa, porque não há nem pão, nem leite.

Com um obrigado às benesses cristas, que nos reduziram, simplesmente ao osso, sem nenhuma alternativa num raio aceitável de deslocação pedonal.

Belo serviço de cidadania !

Post de HMJ

Mercearias Finas 193

 

Acontece que, recentemente e em tempo célere (4 dias), li 3 livros (obrigado H. N.!) que de algum modo se relacionavam com a gastronomia. O bom ritmo ter-se-á devido ao interesse que as obras me depertaram e à boa escrita. Dos três volumes destacaria sobretudo Algumas notas para a história da alimentação em Portugal (Campo das Letras, 2008), do médico e gastrólogo José Pedro de Lima-Reis (1942) de que tomei algumas notas de leitura. Pelo seu interesse e para conhecimento de algum visitante curioso, farei a transcrição de 5 das informações mais singulares, de seguida.

1. Diz a lenda que Caio Cânio, cônsul de Roma, sistematicamente acordado a desoras pelo cantar dos galos os mandou castrar verificando depois que se tornavam mais corpulentos, macios de carne e muito mais saborosos. Estava descoberto o celebrado capão, ... (pg. 28)
2. Começava cedo o envolvimento do clero e da nobreza com o saboroso ciclóstomo, que se vai manter ao longo da nossa história e explica porque na ucharia de D. Afonso III existiam nada menos do que 1.656 lampreias convenientemente secas para consumo fora da época. (pg. 44)
3. A canja, essa, teria de esperar até 1562 para chegar da Índia onde a fomos buscar para divulgar no reino. Os indianos, segundo Garcia de Orta, chamavam kanji a um caldo de frango delido em água de cozer arroz... (pg. 103)
4. A palavra escabeche que aqui nos surge é de origem persa e aparece no livro de cozinha de al-Baghadî datado de 1226... (pg. 125)
5. Somos levados a concluir que os espargos que deram origem à palavra esparregado... (pg. 137)

terça-feira, 19 de setembro de 2023

António Chaínho ( 1938 ) : "Escadinhas do Duque"

Mudanças



Num editorial do TLS (nº 6280) do mês passado, o director Martin Ivens (1958) aborda, através de alguns especialistas, as transformações que se verificaram, a nível da população inglesa, no passado recente, e que se prevêem num futuro próximo.
Passo a citar, traduzindo: "...Krishan Kumar refere que as pessoas de raças mistas são o grupo étnico com maior crescimento no país acrescentando que «pelo final do século 30% da população britânica será mestiça.» (...) Tomiwa Owolade anota a previsão de que o inglês falado na Londres Multicultural virá a ser uma mistura de jamaicano, cockney e idiomas com pronúncias africanas, situação em que este tipo de "dialecto" virá a ser dominante na Inglaterra do final do século."
Estas afirmações não me surpreenderam. Em finais do século XX, li algures um texto fundamentado que me informou que, em 2050, a Europa seria um continente mestiço.

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Esquecidos (14)



Ouvi, ao vivo, pela primeira vez João José Cochofel (1919-1982) em Coimbra, no início dos anos 60, num colóquio promovido pela AAC, mas na qualidade de ensaísta. Como poeta, foi Mário Castrim (1920-2002) quem me chamou a atenção para o belo início do poema Quasi um epigrama:

Adolescentes que vão pelos caminhos,
tão seguros de si
e tão sòzinhos!
(...)

Lírico discreto, Cochofel, em poemas minimalistas de singular sensibilidade, teve alguma projeção, bem merecida, enquanto foi vivo, mas hoje, infelizmente, está muito esquecido.
Aqui deixo a imagem de uma dedicatória do seu livro Quatro Andamentos (1966) e ainda um poema dessa obra, do meu exemplar que tinha sido oferecido e pertencera, anteriormente, a Urbano Tavares Rodrigues e Mª Judite de Carvalho.



XIII

Canta, ó amargura,
grilo fértil do tempo.
Canta sem cessar
pela noite dentro.

Não fere os ouvidos,
cantiguinha mansa.
Rói na clausura
a alface da esperança.

domingo, 17 de setembro de 2023

Retratos (30)



É frequente os historiadores e pintores darem dos reis e retratados imagens que os favoreçam ou, ao menos, lhes diminuam as imperfeições físicas. Há dias, em leitura da obra Algumas notas para a história da alimentação em Portugal (2008), de José Pedro de Lima-Reis (1942), dei por um retrato desapiedado e realista de D. Sebastião (1554-1578), ao contrário do que é habitual, que eu faço aqui acompanhar também de um quadro de Alonso Sanches Coelho (1531-1588) que, em 1562, pintou o rei ainda jovem. Coincidem, creio.
Segue, da página 127, um extracto da obra referida acima:

"Não por culpa da diabetes paterna (D. João de Portugal), mas talvez pela consanguinidade dos progenitores terá D. Sebastião nascido com alguns desarranjos morfológicos que os mestres pintores da época não representaram para não cair em desgraça. (...) Entre eles o rei teria o lábio superior grosso, o braço, a perna e o pé direitos de dimensões superiores aos seus homólogos do lado esquerdo - o que o obrigava a coxear - pés pequenos, cavos, com os dedos iguais - mais um supranumerário no mínimo do pé direito - pernas arqueadas e, como se não bastasse, o tronco tão curto «que o seu gibão não pode servir a outra pessoa mesmo que da sua estatura.»"

sábado, 16 de setembro de 2023

Impromptu 70

Excelências do serviço Meo/Altice


Neste geográfico rincão outrabandista, estivemos sem acesso à Internet (bem como à TV) durante cerca de 28 horas (15 a 16/9/2023), apesar dos nossos sucessivos pedidos de reposição da rede à menina Inês (da Meo), que prometia sistematicamente a reparação da avaria para dali a 8 horas. Debalde, até há pouco.
Meo/Altice, coio de ferreiras (de cruz ao peito e gel no cabelo) e pereiras indiciados, bem dignos e lídimos sucessores de granadeiros e bavas (Ai que saudades do Eng. Murteira Nabo!); mas também valhacouto de funcionários de grande competência e profissionalismo, que demoram mais de um dia para consertar uma simples avaria...


.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Citações CDLXXIV



Depreciar a "escrita" é uma precaução de que usam, de vez em quando, os escritores falhados; eles acham-na boa; mas isso acaba por ser um sinal da sua mediocridade e uma confissão de tristeza. 

Remy de Gourmont (1858-1915), in La culture des idées.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

As pequenas viagens



Entre o azul cobalto marítimo e o céu anil claro, tímido, estão fantasmáticas, à nossa frente ao longe, as Berlengas e os Farilhões um pouco dissimulados pela névoa rala.



Como antes, antecedendo a zona industrial de Papagovas, nos surgiu do nada, no meio da estrada, inesperadamente, um esbelto e elegante faisão. Que, assustado, fugiu.

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Curiosidades 100

 

É conhecida a ligação do escritor Graciliano Ramos (1892-1953) ao partido comunista brasileiro de Luis Carlos Prestes (1898-1990). Informações indirectas podem encontrar-se, abundantemente, em Memórias do Cárcere, obra póstuma publicada em Setembro de 1953. Neste livro é também referido por diversas vezes o Hino do Brasileiro Pobre. Resguardada e pudicamente, o Youtube não acolhe nenhuma versão nas suas páginas de vídeos, muito embora contemple muitas burundangas pimbas e apolíticas musicais - e percebe-se porquê...
Sobre o hino, na net, também as informações são escassas a propósito da obra musical que apoiava e funcionava como cenário coral de reuniões do partido comunista brasileiro.
Consegui entretanto acesso à letra do Hino do Brasileiro Pobre, de que deixo um extracto inicial:

Do Norte, da floresta amazônica
ao Sul a coxilha a vista encanta
a terra brasileira à luz dos trópicos
é como um coração que bate e canta.

Operários, camponeses, 
estudantes, funcionários, pés-rapados
já sofremos mil revezes
já cansamos desta vida de explorados.
Punhos cerrados,
levantados,
protestemos!
...

(A música do hino foi composta por Francisco Manuel Silva e tem letra de Agildo Barata.)

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Para que conste



É certo que eu tinha pedido a consulta de Oftalmologia há cerca de um ano, mas não era um assunto urgente ou grave. Foi agendada para ontem, Domingo, às 9h10, no Hospital dos Capuchos. O(s) médico(s) e as enfermeiras atenderam, até às 11h05, pelo menos 52 utentes, comigo incluído. Impecáveis, no meu caso. Como sempre tem acontecido até hoje.
Só quem não use o SNS, por soberba parola, ou seja pago (jornalistas mercenários, sobretudo) por interesses obscuros pode dizer mal dele. Mas sabemos o motivo: os privados também sabem que a saúde pode ser um bom negócio...

domingo, 10 de setembro de 2023

Desabafo (81)

 

Voltaram à Barbie - e eu até compreendo. Já tinhamos regressado, há uns tempos, às costureiras e às catequistas que confessavam, pobrinhas: "Eu nem quero pensar!"
Era um prenúncio.

sábado, 9 de setembro de 2023

Arcaísmos II

 

O frágil material de que era feito o livrinho de Archaismos e a idade (1892) já mais do que centenária sugeria que fosse protegido, para melhor resistir ao tempo. Foi isso que procurou fazer HMJ, dando ao voluminho um resguardo condigno e com aspecto estético agradável, conforme acima se pode ver.
Passamos hoje a referir uma segunda série de arcaísmos com palavras iniciadas por A. Deste modo:

1. Alcaçarias - Pelames; lugar onde se curtem couros.
2. Alcoucêz ou Alcouvez - Vento do Sul.
3. Aldrete - Entendido; sabedor.
4. Alfaqueque - Redentor de cativos e de prisioneiros de guerra; correio; intérprete.
5. Alferaz - Alferes que, na guerra, levava a bandeira.
6. Alfetena - Contenda; hostilidades.
7. Algara ou Algarada - Expedição militar; conflito; barranco; atoleiro.
8. Algimeado - Letrado perito na sua profissão.
9. Alhafa - Medo; temor.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Muito pior do que no tempo da velha senhora...


Nessa altura, o que nos valia era o Mário Castrim (1920-2002) e outros críticos atentos da televisão.
Hoje em dia, a determinadas horas, nas tv, mesmo em zapping, é praticamente impossível não nos cruzarmos com a indigência mental dos malatos, dos baiões, das júlias pegas ou dos gouchas liberace, numa chunguice pegajosa e achinelada geral.
O que diz muito sobre quem dirige estas inefáveis estações televisivas portuguesas.

O autêntico e os falsários oportunistas

 

Se Dan Brown há muitos, até por cá, Umberto Eco (1932-2016) há apenas um.
E é o próprio escritor e linguista italiano que estabelece, de forma sucinta e irónica, a diferença: "Dan Brown, o autor d'O Código Da Vinci, é na verdade uma personagem do meu livro O Pêndulo de Foucault! Ele leu as mesmas coisas que eu li. A diferença é que ele as levou a sério!"

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Longevidade


Habitualmente, olhamos para as coisas como se elas e nós durassemos eternamente.
Animados dos melhores propósitos, em 1962, alguns viticultores durienses reuniram-se e fundaram a Adega Cooperativa de Vila Flor que, infelizmente, feneceu por falência em 2017, à mingua de financiamentos, recursos ou empréstimos bancários. Pelo caminho, no entanto, produziu alguns belos vinhos do Douro, como este (em imagem) de 1984, que o meu amigo C. S. me tinha oferecido há 2 ou 3 anos, e que eu tinha deixado a repousar, até ontem.




Não sendo de vinha de enforcado, como muitos da região dos Verdes, a cooperativa deu-lhe o nome de A Forca - não muito feliz, acrescento eu. O vinho é que estava ainda muito bom, apesar dos seus 39 anos de existência. E acompanhou lindamente um queijo Serra babão. Quanto ao lote, eu diria que tinha das duas Tourigas (Franca e Nacional) e talvez um pouco de Tinta Roriz. Os seus 12º eram bem medidos.
Mentalmente brindei à Cooperativa de Vila Flor, que trabalhava como deve ser e já não existe. 

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Uma tirada de David Niven



Tive a boa sorte de ganhar um Oscar, escrever um best-seller - só me resta um sonho: ter uma pintura no Louvre. Mas a única maneira de isso acontecer seria se eu desenhasse uma sabujice nos lavabos do Museu.

David Niven (1909-1983), in Evening Standard (1975).

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Clonagens?

 

Arte etrusca - 2 exemplos.

E Alberto Giacometti (1901-1966)?!

24 séculos de diferença.



domingo, 3 de setembro de 2023

Como vai a leitura...



... ou os pressupostos de um jornalista (?) titular... 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Ponto de ordem à mesa

 

Os blogues pensam, ou dispensam?

Adagiário CCCLVII

 

Amigos que se desavêm por um pão de centeio, ou a fome é muita, ou o amor pequeno.