Esta súmula de afectos que a memória perpetua, habitualmente, torna-se com o tempo um local de romagem virtual e oásis gratificante a que recorremos em momentos de tédio, dúvida ou solidão pessoal. Podem ser imagens ou palavras, cheiros e sabores, geografia de lugares amenos. Ou apenas nomes. Ancoradouros seguros, no tempo incerto.
António Mega Ferreira resolveu, e muito bem, no penúltimo JL (nº 1342), trazer-nos à lembrança o multímodo escritor e divulgador cultural português-santomense Mário Domingues (1899-1977), figura bem conhecida de quem lia e se interessava pela História de Portugal, em meados do século passado. Mas também autor de policiais, sob vários pseudónimos.
Creio que Mário Domingues está hoje relativamente esquecido, e não o merecia. Suponho que actualmente não há livros de qualidade semelhante e de propagação histórica aos que a Romano Torres editou, para a juventude, da sua autoria, em meados do século passado. Que, além de fidedignos quanto aos factos, eram bem escritos. E que eu li com tanto agrado e entusiasmo, na minha adolescência.
Também li várias biografias de Mário Domingues, assim como policiais que ele assinava com nomes estrangeiros, o que era comum na época na literatura policial escrita por portugueses.
ResponderEliminarAinda me lembro dele: grande e com uma cabeleira branca.
Vou ler este artigo de Mega Ferreira. Acho a mostra que está na BNP um bocado redutora, mas ao menos alerta para este escritor esquecido.
Bom dia!
Creio que nunca vi Mário Domingues, ao vivo.
EliminarPor outro lado pergunto-me se, hoje em dia, as temáticas históricas que ele abordava, colherão o interesse dos jovens de agora. Infelizmente, creio que não.
Boa tarde.
Recordo-me destes livros sobre figuras da nossa história, na colecção da Romano Torres, até comprei dois, numa livraria da rua da Escola Politécnica, ao pé da igreja, nem sei se seria da editora. Talvez um deles fosse do Mário Domingues. Uma coisa é certa na época, teria os meus 11 anos, adorei os livros.
ResponderEliminarMuito boa tarde!
Rui
A Romano Torres era uma editora muito bem estruturada e com uma estratégia de grande qualidade, sobretudo para a juventude.
EliminarUma boa noite!
A Editora e Livraria da Romano Torres ficava na Rua Nova de S. Mamede, perto da Rua da Escola Politécnica. Fui lá muitas vezes.
EliminarBoa tarde para os dois.
Grato pela informação, MR!
EliminarBoa noite.