Li muito Júlio Dantas (1876-1962) durante a minha juventude, pelo menos até conhecer o Manifesto do Almada que me pareceu expurgatório. Mais tarde, vencidos os pruridos adolescentes e o politicamente correcto, voltei-lhe à carga nas leituras, porque o seu estilo sempre me pareceu pitoresco e a escrita, elegante.
Ontem, reincidi mais uma vez e por bem. Num dos já raros alfarrabistas lisboetas adquiri, usado e por 4 euros, o póstumo Páginas de Memórias (Portugália, 1968). E já vou na página 97...
Adenda temporal: bem vistas as coisas, Júlio Dantas não era mais nem menos do que um artista do regime, tal como hoje, a Joana Vasconcelos, salvo as devidas proporções estéticas. Embora o escritor trabalhasse sozinho. Ou mesmo Almada Negreiros, que se academizou nos últimos anos da sua vida.
Gosto de livros de memórias, sobretudo destas épocas mais recuadas (de meados do século XX, para trás). E também sempre achei alguma graça ao Júlio Dantas, apesar das críticas do Almada - que por sinal escrevia muito bem. Ambos representavam um certo tipo social e cultural, talvez antagónico, mas em ambos os casos com interesse. E Júlio Dantas conheceu muita gente com interesse, pelo que um livro de memórias dele deve valer a pena. Boa tarde!
ResponderEliminarCuriosamente, Columbano ainda fez um esboço (não sei onde pára) de Júlio Dantas para vir a pintar um retrato. Mas faleceu antes. A viúva tê-lo-á oferecido ao escritor, segundo ele conta neste livro.
EliminarTambém eu aprecio livros de memórias como este: bem escrito e com um ou outro episódio pitoresco.
Uma boa noite!
Vou pesquisar esse assunto... Bom dia!
EliminarBoa sorte, Margarida!
EliminarJá li estas memórias e gostei.
ResponderEliminarBoas leituras!
Agora ando pelo Roland Dumas... e estou a gostar.
ResponderEliminarBom dia!
Que o Dumas lhe continue a ser propício!..:-)
EliminarO livro de Júlio Dantas é bem interessante e lê-se muito bem.
Bom fim de tarde.