segunda-feira, 29 de abril de 2024

Toponímia e proporção


 
Se, de uma forma geral, nas grandes metrópoles, a toponímia é escolhida com especial atenção e importância, pela província, muitas vezes, há um excesso de regionalismo de vizinhança que desequilibra o valor das evocações e a memória dos que são homenageados pelas autarquias.
As instituições e os ideais estão normalmente salvaguardados, como em Lisboa a República e a Liberdade, cada uma com a sua digna e longa avenida, mas também o lado poético, como na Travessa da Água de Flor, ao Bairro Alto, às vezes, é lembrado, ainda que de forma simples.
Ora, na região outrabandista, sempre que eu passo próximo da rua Jaime Cortesão, sinto um aperto de alma. Essa rua, pequena, terá 2 ou 3 casas, bermas descuidadas, suja, mais parece um beco. Próxima, extensa e povoada, asseada se situa a rua Petrónio Amor de Barros (espanhol?). E, como se não bastasse, logo se segue a arejada praceta homónima da mesma personagem.
O grande historiador nacional é que fica a perder, e muito, com esta "glória" regional (?), na toponímia...

2 comentários:

  1. Um tema interessante. Acho que não tem a ver com as terras serem pequenas ou grandes, mas, sinceramente, com acaso. Há muita gente importante com ruas péssimas e belas ruas que ficam com nomes de pessoas que poucos conhecem. Noto muito nos pintores do Grupo do Leão: o Malhoa e o Columbano tem duas ruas com alguma visibilidade, mas dúvido que o Columbano gostasse a Avenida Columbano Bordalo Pinheiro. Já os outros do Grupo é muito pior: a Travessa João Vaz é minúscula; a Silva Porto nem percebo onde fica; o Carlos Reis (que não era do Grupo) tem uma rua que também não apreciaria no Bairro do Rego (onde estão bastantes pintores), etc.. É um fenómeno curioso. Boa tarde!

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    1. Agradeço o sugestivo comentário, Margarida.
      E é bem capaz de ter razão sobre o acaso das nomeações. Os exemplos de pintores que refere o justificam.
      Uma boa tarde, também.

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