sábado, 30 de dezembro de 2023

Antologia 17



O mérito da entrevista no suplemento ípsilon do jornal  Público, de ontem (29/12/2023), é sem dúvida do poeta Manuel de Freitas (1972), mas não deixa de ser atribuível também à boa e inteligente arquitectura das perguntas do entrevistador - Luís Miguel Queirós (1962). O tema fundamental debatido é a poesia portuguesa. Dos sublinhados que fiz, ao ler este trabalho, vou transcrever uma pequena selecção que reflecte opiniões subjectivas, mas algumas das quais não deixaria de subscrever eu próprio, pessoalmente. Aqui vai a "antologia", com algumas respostas parciais de Manuel de Freitas:

"Ou seja, estive 11 anos a procurar editor. Tentei os que já conhecia pessoalmente, mas também outros que admirava - a & etc., a frenesi, a Assírio & Alvim, com o Manuel Hermínio Monteiro - e, ninguém mostrou interesse suficiente."
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"O caso de Nuno Júdice é paradigmático. A (minha) antologia (Poetas sem Qualidades, 2002) era contra essa poesia autocomplacente, bonitinha, com uma retórica a toda a prova, mas que pouco ou nada tinha para dizer."
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"A Fiama (Hasse Pais Brandão), por exemplo, não acho que seja uma má poeta, mas aquilo não era o que eu queria escrever. (...) Acho que hoje há muito pouca autocrítica. A pressa de publicação e reconhecimento está a ser perniciosa para alguns poetas."
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"Quando tinha 17 anos, Ruy Belo era um dos meus poetas. Depois comecei a ver ali muitos truques retóricos e a achar aquilo um pouco maçador. (...) Claro que há também poetas que foram subvalorizados, como o Assis Pacheco, que é, sem dúvida, um dos grandes poetas portugueses do século XX."
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"Nunca dependeu de mim escrever um poema, e mesmo os livros vão surgindo de coisas que preciso de resolver, de memórias que preciso de resgatar."

2 comentários:

  1. Vou ler porque gosto muito da poesia de Manuel de Freitas.
    Boa noite! Feliz 2024!

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    1. É um bom poeta. Com sentido crítico, o que é mais raro.
      Retribuímos, muito cordialmente.

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