sábado, 18 de dezembro de 2021

Uma ilustração condigna

Não será muito conhecida uma carta de 14 de Dezembro de 1880, algo polémica, de Eça de Queiroz (1845-1900) para Pinheiro Chagas (1842-1895), que veio depois a ser incluída em Notas Contemporâneas (1909, póstumo), e em que se faz referência ao Bei de Tunes (na altura, Alexandre Prómio de seu nome), nestes termos bem humorados:
"...Ah, caro Chagas, é daí que véem as cans precoces. Sabe você o que eu fiz numa dessas agonias, sentindo o moço da tipografia a tossir na escada, e não podendo arrancar uma só idêa útil do cránio, do peito ou do ventre? Agarrei ferozmente da pena e dei, meio louco, uma tunda desesperado no Bei de Túnis...
No bei de Túnis? Sim, meu caro Chagas, nesse venerável chefe de Estado, que eu nunca vira, que nunca me fizera mal algum, e que creio mesmo a esse tempo tinha morrido. Não me importei. Em Túnis há sempre um Bei; arrasei-o. ..."


Efectivamente, Alexandre Prómio estava vivo. E até aparece neste pequeno documentário que encontrei no Catálogo Lumiére, registado em 1903, que aqui fica, a ilustrar as anteriores palavras de Eça.

2 comentários: