terça-feira, 27 de novembro de 2018

Voltar ao princípio


Estou a nove páginas do final dos Cahiers (1997),  livro póstumo de E. M. Cioran (1911-1995).
Creio que comecei a lê-lo ainda no século XX. Fui poupando na leitura das suas 999 páginas, petiscando uns bocadinhos de cada vez que lhe pegava, saboreando-os, a pouco e pouco, para que durasse muito tempo. A sua natureza fragmentária também ajudava às pausas, para eu melhor reflectir sobre as palavras sempre estimulantes do escritor de origem romena, que escreveu a maior parte da sua obra em francês.
E, no meio do deserto de ideias e de pensamento que são os livros que se publicam hoje em dia, deu-me gosto pensar que, quando o acabar, poderei vir a relê-lo. Talvez com o mesmo prazer da leitura inicial...


2 comentários:

  1. Entendo esse sentimento de leitor sobre um livro e autor, porque se passou o mesmo comigo quando li pela primeira vez o "Em Busca do Tempo Perdido" (Livros do Brasil). Fui comprando volume a volume, na Livraria Castil e depois lia devagar saboreando cada página e quando terminei o sétimo volume, só me apetecia regressar ao primeiro e iniciar a viagem.
    Muito Boa tarde!

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    1. Não sei se por graça, maledicência ou ironia, chamavam a Cioran "filósofo de rua", em França. Seja como for, é meu autor de referência, desde os anos 60.
      Infelizmente, a minha experiência com Proust é bem diferente. Lida a tradução "Du côté chez Swann", pela Miniatura, os 7 volumes da Livros do Brasil aguardam há um ror de anos para serem lidos..:-(
      Uma boa noite.

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