sábado, 17 de novembro de 2018

A evolução da espécie


Tenho uma visão peregrina, excessivamente subjectiva talvez, em relação ao progresso, que não terá nada de científica. Se o avô era um rural, o pai foi comerciante e citadino, o neto se licenciou, imagino sempre que o bisneto terá a obrigação de ir mais longe... É essa, no fundo, a minha perspectiva da evolução das espécies. 
Admito, no entanto, a hipótese de algumas razões exógenas que possam prejudicar esse progresso: guerras, epidemias mortíferas, cataclismos imprevisíveis. E um mau trabalho educativo dos pais, em relação às suas crias.

6 comentários:

  1. Desde que os filhos dos padeiros, alfaiates, sapateiros que se licenciarem percebam a importância de existir quem faça o pão, costure a roupa e arranje os sapatos, que ter essas profissões não é sinónimo de ter uma formação menor e que, felizmente, há quem seja feliz com elas. Não vejo porque não...

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    1. Há uma visão latina e outra, anglo-saxónica, de avaliação das profissões e seus artífices. Nestes últimos povos, o que conta é a competência do exercício. Para um alemão, um médico tem o mesmo valor humano e profissional que um carpinteiro, desde que ambos sejam eficazes e rigorosos no seu trabalho. E não há "doutores", à partida.
      Isso não exclui, porém, o desejo natural de saber mais, ou ir mais longe, de cada um dos seres humanos, seja qual for o seu labor.

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  2. Em Portugal liga-se muito ao "Sr. Dr."

    Boa noite, desejo-lhe um bom domingo:))

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    1. E isso, infelizmente, já vem de longe. É o predomínio da embalagem sobre o conteúdo...
      Retribuo os votos, com estima.

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  3. Como os tempos não estão bons para os licenciados, há muitos (até licenciados) que se viraram para profissões imprescindíveis, como padeiro, agricultor, etc., onde podem ter uma vida mais agradável e que lhes dê algum dinheiro. E lojas de arranjos, já que hoje a maioria das pessoas não sabe costurar.
    A 'doutorice' é uma praga e é por essa razão que aparecem por aí os falsos licenciados. Se não tem canudo, as pessoas olham-nos depreciativamente...
    Bom dia!

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    1. Nem todas as profissões essenciais são escolhidas, pelos jovens licenciados, talvez porque a aprendizagem dá trabalho: é difícil, por exemplo, encontrar um bom electricista, um competente canalizador...
      E a aspiração bacoca à "doutorice" só sublinha o provincianismo ou terceiro-mundismo que advém da nossa secular falta de sentido crítico - julgo que é endémica, para além de secular.
      Boa tarde.

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