terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Transferências e monopólios


Jeremy Treglown (1946), no seu comentário do TLS (nº5781) refere:
...I have a book coming out from Chatto and Windus in March, twenty-two months after it was delivered. Who am I, though - who are we, me and my little publishers - to complain? Chatto long ago became part of the Chatto-Virago-Bodley-Head-Cape group, which became part of Bertelsmann, of which Penguin has now became part...
O mesmo vai acontecendo na Alemanha, na França... Como matrioskas vorazes, as editoras vão-se engolindo umas às outras, num projecto inconfessável de uniformização, domínio e poder globalizante. O que tornava humanas e de personalidade própria cada uma das editoras portuguesas, era o seu lado específico de temas, a sua apurada qualidade, o tratamento, quase familiar e amigo, com que cada uma tratava os seus autores.
Por isso, não me surpreendeu muito a notícia de que escritores como Sousa Tavares, João Tordo, Peixoto, Sophia e Saramago tivessem rescindido (eles ou os herdeiros) os contratos que, há longo tempo, os ligavam a editoras. Tudo se vai assemelhando, pelo lado pior, porque as regras cavalheirescas e humanas, que eram a parte mais nobre que presidia ao negócio dos livros, parece que se vão, cada vez mais, aproximando dos escuros e mercantis negócios que presidem e predominam no futebol.

2 comentários:

  1. As portuguesas estão em muito má situação económica. tanto quiseram crescer...

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  2. Eu não percebo é como ainda sobrevivem, quando se sabe, à boca pequena, que de algumas edições nem 10% vendem...

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