quarta-feira, 19 de março de 2025

Jane Kenyon (EUA, 1947-1995) : um poema traduzido

 


A  PÊRA

Há um momento na meia-idade
em que ficamos aborrecidos, irritados
com a mediania do nosso espírito,
assustados.

Nesse dia, o sol
arde intensamente,
acentuando a nossa desolação.

Acontece de forma subtil, como uma pêra
que se estraga de dentro para fora,
e é possível que só nos apercebamos
quando já não há nada a fazer.


Jane Kenyon, in Uma só carne com a noite (Vasco Gato, trad.)


4 comentários:

  1. É um bocadito desanimador...
    Continuação de boa semana:))

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  2. Não conheço esta poetisa. Gostei deste poema, talvez... realista.
    Bons meses de primavera!

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