Eu creio que, hoje em dia, ninguém se atreve a ler uma epopeia. Sobretudo com 17 cantos...
Em imagem acima, fica o frontispício da segunda edição (1783) deste poema épico de Jerónimo Corte Real (1533?-1588), cuja edição original foi publicada, póstuma, em 1594. A terceira impressão é também Rollandiana, e de 1840. O autor, de famílias ilustres, está representado em estátua, entre outros escritores, no monumento a Camões, ao Chiado.
O meu exemplar, desencadernado, mas em bom estado e íntegro, custou-me Esc. 950$00, em finais do século passado. A Cabral Moncada Leilões, em 2020, vendeu um exemplar semelhante por 110 euros; e a Livraria Manuel Ferreira (Porto) um outro, encadernado, por 150 euros.
Assim se inicia o poema, actualizada a ortografia:
Um sucesso infeliz, um triste caso,
um funesto discurso, a morte horrenda
do Sepulveda canto; e juntamente
o miserável fim daquela ilustre
belíssima Leonor, a quem fortuna
mostrou da cruel roda o mais adverso,
mais abatido, e mais mísero estado.
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