Parece que o presente manifesto é
uma continuação do desabafo anterior sobre as agruras de viver próximo de um
quotidiano desregrado, incivilizado e sem respeito pelas regras de respeito do
cidadão, tanto no subúrbio como no centro da capital.
De facto, é e não é uma
sequência. Já explico.
Portanto, para além dos grunhidos
dos jogadores, o bater sistemático das bolas no gradeamento, os utilizadores
costumam trazer uns aparelhos, os tais que se vendem a tostões, para emitir uns
ruídos. Não sei se nesta categoria de arruídos se enquadra o chamado RAP,
possivelmente pela monotonia da lenga-lenga sem fim.
Ora, para quem tenha tido, tanto
no ensino básico como no secundário uma sólida formação musical, sucede que tem
uma enorme dificuldade de compreender esta promoção indevida de arruídos,
monótonos e repetidos, a alguma regra básica de composição músical.
Infelizmente, esta indigência não
nos consome apenas no tal mal-fadado “campo de jogos”, sofremos o mesmo, numa
zona aparentemente nobre, o Chiado. Para quem passa por lá, depois do almoço,
terá um quadro de indigência ruidosa idêntica. E, também, sem NENHUMA
fiscalização das autoridades, aparentemente “focadas” no bem-estar dos
residentes.
Lamento, mas não entendo, quem encontra
em semelhante degradação um resquício, sequer, de música.
No momento em que escrevo, o energúmeno
desandou, felizmente, levando o seu bisegre de ruído, permitindo que pudéssemos
abrir as janelas e deixar o ar puro e o sossego entrar pela noite.
PS. A imagem é apenas uma das possíveis
orientações musicais básicas do ensino oficial em Alemão.. Não me lembro de ter
visto um chamado Manual para o Ensino da Música no ensino oficial do país.
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