terça-feira, 27 de agosto de 2024

Camiliana

 

Por coincidência curiosa, num pequeno período de tempo, adquiri três livros de e sobre Camilo Castelo Branco (1825-1890). Ora, para além de uma larga estante independente que alberga a colecção Vampiro, a XIS e outros livros policiais, com cerca de mil pequenos volumes, Camilo é o único autor que goza de uma confortável autonomia no arrumo da sua obra, num só armário aberto, com quatro prateleiras, de 1,05 m. de altura x 40 cm. de largura e 28 cm. de fundo, onde se encontram também estudos camilianos ou correlativos. É sem dúvida o escritor português que maior espaço ocupa na minha biblioteca. Eça, nem sequer se aproxima.
Dizia Óscar Lopes (1917-2013): "E continua a haver quem seja camiliólatra ou queirosólatra, não digamos que com a mesma paixão de um benfiquista ou sportinguista..." Não será o meu caso*, certamente, mas a superfície camiliana terá a sua importância no deve e haver bibliográfico da biblioteca. E recordo que a primeira novela que li de Camilo terá sido "O Retrato de Ricardina".

* há alguma proximidade de registos numéricos, no Arpose: Eça tem 68 entradas e Camilo 75. 

Para remate, gostaria de trazer aqui à colação uma pequena reflexão realista de João de Araújo Correia, inserta em "Uma sombra picada das bexigas" (pg. 120), assim: "No tempo de Camilo, pouca gente saberia ler. Mas se não lia mais do que hoje, lia muito melhor."

8 comentários:

  1. Pendo mais para o Eça de Queirós. Mas acho que nunca li um romance de Camilo porque sempre os achei muito dramáticos. Qual é o seu livro preferido de Camilo? Bom dia!

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    1. Concordo que a leitura de Eça é mais desanuviada e agradável...
      Ocorrem-me 3 títulos, dos meus preferidos de Camilo: "Memórias do Cárcere", "O Senhor do Paço de Ninães" e "Cenas Contemporâneas".
      Bom dia!

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  2. Gosto bastante de Camilo. E de Eça. Mas, na verdade, leio e releio mais Camilo. Não me lembro de qual foi a primeira obra que li deste autor, mas sei que gostei muito de Amor de perdição, quando toda a gente torcia o nariz. Nunca li O Senhor do Paço de Ninães, mas em outubro vai ser uma das minhas leituras.
    Boa tarde!

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    1. Também a dimensão da obra de Camilo explica que se leia ou releia mais do que Eça.
      "O Senhor do Paço de Ninães" é um romance histórico interessante, passado no período filipino. Oxalá goste.
      Retribuo.

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