sexta-feira, 26 de junho de 2020

Esquecidos (1)


Escritor, tradutor, médico e jornalista, de seu nome completo Rodrigo Botelho da Fonseca Paganino Júnior, nasceu em Lisboa a 2 de Agosto de 1835. Teve vida breve, pois veio a falecer, em Carnide (Lisboa), a 22 de Setembro de 1863.


Foi amigo de Herculano e era figura muito conhecida nos meios literários lisboetas, sobretudo pela colaboração frequente na imprensa da época. A sua obra, em prosa, mais celebrada foram os Contos do Tio Joaquim,  editados em 1861, tinha Rodrigo Paganino apenas 24 anos de idade.
As diversas histórias da literatura portuguesa, a partir daí, foram-no sempre referindo.


O livro (306 páginas) foi muito falado e elogiado, embora com temas rurais e enredos singelos moralizantes, pressagiando, de algum modo, a carreira mais solidamente estruturada de Júlio Dinis (1839-1871), mais tarde. Tenho no entanto grandes dúvidas que hoje o autor ainda seja lido. Ou até mesmo referido. A insistência no pendor algo romântico da sua escrita afastará porventura os mais cépticos leitores empedernidos...
O meu exemplar, da edição original, tem dedicatória à irmã do escritor, Maria Máxima. Está em bom estado, encadernado, e custou-me 15 euros, recentemente (tinha sido remarcado dos 25 iniciais).


Óscar Lopes (1917-2013) denomina de "contos rústicos" estes, com alguma propriedade... Mesmo assim, na sua simplicidade e elegância da escrita corredia, podem ainda hoje ler-se desenfadadamente.

8 comentários:

  1. Hoje ninguém conhece Rodrigo Paganino quanto mais lê-lo.
    Conheço Rodrigo Paganino porque ele deixou colaboração nalguns jornais, mas nunca li Os contos do Tio Joaquim. Mas como nunca é tarde, talvez o venha a ler.
    Parabéns pela abertura deste «Esquecidos».
    Bom dia!

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    1. O TLS deu-me o mote...
      Mas, hoje, há tanta gentinha lusa a perder tempo com corinas telhados e rosas monteiros, que importa também lembrar alguns estimáveis e muito mais interessantes portugueses olvidados.
      Embora este tipo de postes colha poucas reacções (percebe-se!)... E também não é disso que estou à espera: dispenso, lindamente as cidálias, as beatrizes e os ricardos arrobas.
      Obrigado, MR.
      Um bom fim-de-semana.

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  2. Parece-me muito interessante trazer à memória alguns escritores perdidos
    no tempo. Lembrei-me, se com justificação ou não, evocar dois nomes que
    me parecem pouco ou nada ser lembrados. Manuel da Fonseca e Sidónio Muralha.
    Eu gosto deles. Mas será sempre muito subjectiva qualquer opinião, digo eu.
    Como não tenho nenhum dos nomes que mencionou no seu comentário, lá me atrevi
    a opinar. Em fase de depressão, ainda continuo a existir. Desejo-lhe um bom
    domingo.

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    1. Fui ver ao arquivo do Arpose, e cada um deles tem 3 entradas. Eram poetas de minha estimação e convívio de leitura, na adolescência. Manuel Fonseca estava no plano oficial de leituras ("O Fogo e as Cinzas"?), até há pouco tempo. Mas, se calhar, já o substituiram por um qualquer destes plumitivos da moda, que abundam por aí...
      (Felizmente os nomes que referi já foram pousar para outros lados)
      As notícias que vamos lendo e ouvindo, realmente, não ajudam a optimismos.
      Retribuo os votos, com estima.

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  3. Vou seguir com atenção esta série. Lembrei-me logo do Carlos de Oliveira, pois ainda há três dias falei nele no blog Esquina da Tecla (pode confirmar).
    Fui espreitar o seu arquivo e tive ume bela surpresa numa das entradas: está lá um livro + CD com poemas ditos pela Maria de Jesus Barroso, com música da Luísa Amaro, que eu também tenho. Comprei-o num dia feliz (24ABR2013), por apenas 4,19€, numa promoção de livros no Jumbo, em estado impecável: ainda hoje me custa a acreditar.
    Confesso que não conhecia este primeiro esquecido, vejamos o que acontece com o próximo.
    Um boa tarde.
    🌻

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    1. Há que ter em conta que a memória, necessariamente, é selectiva e limitada.
      A intenção que presidiu a esta minha rubrica não incluiria - e prezo-o muito - Carlos de Oliveira. Até a sua "Uma abelha na chuva" constava de leitura liceal, aqui há uns anos. Pouco lembrado, sim, mas não esquecido, do meu ponto de vista.
      Desejo-lhe uma boa noite.

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