Para
quem ainda não se tinha apercebido, porque continua a viver no país “do conto
de fadas”, o governo enfrentou, finalmente, os ignorantes que tão mal fazem às
nossas criancinhas.
Para
os que falam do enunciado da “Prova de Avaliação” para os docentes, sem o terem
lido na íntegra, basta ver dois pequenos nacos de prosa de perguntas,
publicados, hoje, no jornal Público.
Para
os crédulos que acreditam nas palavras do Senhor Professor Nuno Crato, sublinha-se
que as provas – tipo americano ou “chapa zero”, tanto para os docentes como
para os discentes – reduziram a escrita ao “grau zero”, i.e., será difícil
encontrar uma “pergunta de desenvolvimento” que permita, numa só frase [Crato dixit] encontrar 20 erros ortográficos.
A perversidade de limitar as “respostas de desenvolvimento” ao máximo de 120 ou
200 palavras, para além de desviar a criatura do essencial, i.e., do conteúdo,
para contabilizar as palavras do seu vocabulário, implicou o retrocesso óbvio
para o domínio da frase simples.
Ora, uma frase simples, reduzindo também o pensamento para um nível
simplificado de expressão, raramente alcança a proeza de 20 palavras seguidas.
Passando,
no entanto, da completa indigência da referida “Prova”, motivo suficiente para
qualquer docente consciente se desviar de semelhante “Inferno”, falemos, então,
da essência.
Como
todos sabemos, e para os que conhecem um pouco da História recente e vivida, o
aumento da escolarização não foi acompanhada, como devia, por uma estratégia adequada
e uniforme, nomeadamente no que se refere à formação dos professores. O aumento
do número de alunos exigia mais professores que, após o 25 de Abril, foram
recrutados, pelos diversos Ministros da Educação, entre os licenciados ainda em
formação académica. Surgiu, posteriormente e por razões económicas e políticas
diversas, a necessidade de impor uma formação profissional complementar. O
Estado, através dos diversos Ministros da Educação, delegou essa competência a
Universidades, alargando-as, depois, a Institutos e Instituições de Ensino à
distância, sem, contudo, aprovar, sempre,
os respectivos “Planos de Estudos e de Formação”. Ora, só num “conto de
crianças” é que não existe responsabilidade governativa para a invocada
ignorância que o Ministro Crato alegou, hoje, para a sua “caixa jornalística”.
A
chamada “autonomia” da Universidade tem as costas largas e não serve para
desculpar o “lobo” que quer comer a criancinha, porque foi o lobo que se deitou
na cama para atrair os incautos.
Ou
seja, as disposições legais permitiram formações tão díspares como: 5 anos + 2
anos [5 de formação académica + 2 de estágio profissional], 5 [com estágio
integrado], para além de regimes alternativos fora das Universidades, i.e.,
Institutos de diversa índole, públicos e privados.
No
meio disto, muita gentinha que gosta de vestir a pele do lobo acredita na
história da carochinha (escrevendo estória) sem saber que existem [há] outros mundos. Até no Ministério da
tutela à [sic], i.e., há criaturas,
sem cursos de formação de professores, que não dão duas para a caixa.
Post de HMJ