segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Apontamento 61: Lições



De um semanário nacional retirei a imagem em epígrafe. Achei, por razões diversas, que a foto sintetizava a pequenez mental de muita gentinha e a superioridade do Humanismo e da Cultura – obviamente com letras maiúsculas.

Apreciei o sublime porte socrático da escultura a contrastar com o ar “boquiaberto” que alguns chamados estadistas - tanto nacionais como estrangeiros - não conseguem disfarçar perante uma elevação inusitada, quer tenham formação nas chamadas ciências exactas como nas de economia. O que lhes falta, a todos, é, obviamente, uma sólida formação cultural e humana, ou por outras palavras, aquilo que distinguia o provinciano  de um “Eusebiozinho” do “Carlinhos estrangeirado”.

Sucede, ainda, que os “contadores de fadas” da inevitabilidade da desgraça acumulam, para além da impreparação democrática, contradições – quiçá paradoxos – insanáveis perante os seus semelhantes próximos.

No dia de hoje, 70 anos após uma página negra na História da Alemanha, os discursos sobre acontecimentos, vários e coincidentes, escondem a essência desumana e gritante dos 3 milhões de alemães que, empregados, vivem no limiar da pobreza por opções ideológicas e políticas.

O actual chefe holandês do Eurogrupo, juntando o seu ar moderno ao conservador “copinho de leite” do Bundesbank alemão, preferem assobiar para o lado, deixando que dentro da Zona Euro exista, para além do Luxemburgo, uma Holanda que capte as empresas com regras tributárias de excepção para uma imensa minoria. E o “menino” Weidmann saberá esclarecer quanto da fortuna de magnates gregos alimenta o sistema financeiro alemão ?

Por coincidência ou não, A. Merkel falou sobre Auschwitz e Tsipras foi relembrar outras atrocidades.

E, no final do dia, é a escultura de Sócrates que me reconcilia com o mundo e com o meu semelhante mais esclarecido.


 Post de HMJ

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