Uma nota de beleza visual nesta tela de Étienne Philippe Martin (1856-1945), que, na minha perspectiva, funciona como metáfora ou sugestão deste 2013 que se vai afastando, definitivo, de todos nós.
Até porque as cores, que vejo da janela, são sombrias, já a meio da tarde. E, ao longe, o quadrilátero visível do rio só se distingue das margens, pelo leitoso cinzento mais claro das águas. Mantém-se a fina neblina, um pouco mais ténue, da manhã, como que acompanhando a incerteza do ano que há-de vir, daqui a pouco.
A surpresa para mim, este ano e neste nosso Blogue, terá sido o copioso número de visitas direccionadas ao poste "Mexidos, ou formigos, vimaranenses" (de 24/12/2012), que já somam, agora, 227 visitantes. Mas, desiludámo-nos da boa nova, porque cerca de 1/4 vieram (de portugueses) de França, Brasil, Alemanha, Suiça...naquilo que interpreto como a saudade portuguesa, lá longe. Nesta diáspora que é uma nossa cíclica circunstância e necessidade. Que Camões traduziu em alma "pelo mundo repartida".
Nota: a tela de E. P. Martin, intitulada Le Courrier, que encima este poste, integra o acervo do Museu Gassendi, de Digne-les-Bains.