Considerado o maior poeta inglês, dos chamados "metafísicos", John Donne (1573?-1631) é sobretudo conhecido pelo que muitos julgam ser um poema, que começa assim: "No man is an island..." Clérigo, de exercício, essas suas palavras, no entanto, são apenas o terceiro parágrafo (em prosa) da chamada Meditation XVII. Já no século XX, foram glosadas por Hemingway, em título de livro famoso - For whom the bell tolls.
Respeitando a tradição, aqui tentamos uma versão livre, em verso português, das suas perenes palavras:
Nenhum homem é ilha,
inteiro em si mesmo.
Cada um faz parte do continente,
pequena parte de um todo.
Se um pouco da terra for banhada pelo mar,
a Europa não o será menos.
Como tudo aquilo que é teu
será também do teu amigo.
A morte de um único homem
diminui-me, porque estou ligado
a toda a humanidade.
Por isso, não mandes perguntar
por quem o sino dobra,
que ele, também, dobra por ti.