quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Da importância dos nomes em literatura


Para a grande maioria dos escritores, não são inteiramente indiferentes os nomes que usam, para os protagonistas, nas suas obras de ficção - às vezes, são maduramente pensados, por várias razões. Fixáveis, sonantes, sugestivos.
Henry James costumava coleccionar nomes que apareciam em "The Times", para depois os vir a utilizar nos seus romances. Simenon, quando se hospedava em hotéis estrangeiros, frequentemente folheava as listas telefónicas dessas cidades, anotando nomes que lhe parecessem memoráveis, para futuras obras de ficção. T. S. Eliot era mais original e criativo, ideando nomes exóticos e inexistentes, até aí: Prufrock, Madame Sosotris, Mr. Apollinax...
Por cá, Eça era sucinto, normalmente: "Os Maias", "O Primo Basílio". Quanto a Camilo, atente-se nestes dois títulos de romances:
- "Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado"
- "O carrasco de Víctor Hugo José Alves",
que, apesar de longos, são nomes facilmente fixáveis. E eu quero crer que Camilo não os usou por mero acaso.

4 comentários:

  1. Se hoje se escrever um Romance e se nele se colocar uma personagem com um apelido de alguns ministros dos últimos tempos, todo o leitor percebe o que vai nas "almas" (do escritor e da personagem).

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