terça-feira, 22 de outubro de 2019

Divagações 154


Há autores com que nos cruzámos por um feliz acaso (Karl Kraus), escritores que, amigavelmente, nos indicaram (Guimarães Rosa), certeiros, outros ainda que vieram ter connosco, como se fossem de família, emigrantes de longes terras (W. G. Sebald).
Nem será pelo estilo, sardónico demais em Kraus, trabalhoso de descodificar, muitas vezes, em Rosa, plácido de territórios nas páginas calmas de Sebald, mas alguma coisa, em todos eles, me aproxima e atrai, intimamente. A começar, pelo modo de sentir ou de reflectir.
Que na leitura acompanho, paralelamente.

Nota pessoal: considero A Descrição da Infelicidade como o mais ambicioso e difícil de leitura, dos 7 livros que já li de W. G. Sebald. Aqui fica a nota preventiva...

4 comentários:

  1. Vou iniciar a leitura de "Os emigrantes". Depois
    darei a minha opinião. O que acima menciona não
    vou ler de certeza. Boa tarde.

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    1. Não é um livro optimista, o que vai ler, mas bem escrito (e traduzido) e espero que goste.
      Este, de que falo agora, só o recomendo sob reserva.
      Uma boa noite.

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  2. Já terminei a leitura do livro "Emigrantes" e o gosto foi o mesmo
    que tive ao ler "Austerlitz". Gosto da escrita de Sebald. É para mim
    coloquial. Sinto que me está a contar as memórias que tem, dos
    personagens que conheceu. Talvez entre realidade e fantasia, o resultado
    é muito bom.Agradeço-lhe ter-me dado a conhecer este interessante escritor,
    infelizmente precocemente desaparecido. Muito sucintamente gostaria de
    voltar ao tema das viagens e a razão por ter sido na Hungria onde estive
    mais dias. Foi um intercâmbio entre trabalhadores portugueses e húngaros.
    Salvo erro através da FNAT. Lembro-me que a minha filha era muito pequena
    e ficou com os avós, e as saudades dela foram muitas.
    Naquela altura a Hungria era um país socialista e lembro-me de ao dizermos
    Portugal,os húngaros dizerem Mário Soares. Foi há muitos anos, já nem sei
    quantos. Só mais um país que não referi, mas do qual gostei muito, a Holanda.
    Um bom fim de semana.

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    1. Em resumo, eu sinto-me bem a ler Sebald. Ainda bem que gosta também de o ler.
      Das traduções portuguesas faltam-me ler 3 livros, apenas: "Do Natural", "O Caminho Solitário" e "Os Anéis de Saturno".
      A minha simpatia pela Hungria tem duas razões: os selos e um correspondente húngaro que tive; e ter conhecido, na Alemanha, e numa fábrica em que trabalhei, em férias, um grupo de estudantes húngaros muito afáveis e simpáticos.
      Da Holanda, não tenho elementos suficientes para formular uma opinião sólida.
      Um bom fim-de-semana, também.

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