Este aspecto sério e tenso que sempre foi o seu, ou apaixonadamente humano, está patente no rosto do retrato. Contempla, com atenção abstracta, a arqueologia de umas pedras que se veem ao fundo. Mas há uma ruga que denuncia a crispação, talvez de olhar o passado ou de já pensar a morte. Embora, de momento, esta mulher estivesse rodeada dos que mais amava. Eu costumava dizer-lhe, com ternura: "...tem uma tragédia grega na cabeça!". E ela nem sequer sorria.
Na fotografia, não lhe vejo as mãos, mas lembro-me que já estavam pontuadas de células castanhas, como hoje as minhas - mas não sei a distância que se avizinha...
Nem todos os povos, ou gentes, celebram o dia na mesma data. Eu prefiro sempre as datas mais íntimas e não aquelas que outros nos marcam, numa convergência mercantilista e anódina, que até já mudou de "sítio". O amor não tem data certa, nem idade: é quando a saudade se faz sentir, quando a solidão nos toca, ou o coração manda.
Mil palavras valem bem por uma imagem...
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