Nem sempre os retratos pintados sugerem inteiramente os traços do modelo reproduzido. E é quase sempre vantajoso cotejá-los com a descrição escrita da personagem. Entre as várias pinturas de Filipe II de Portugal, ou Felipe III (1578-1621) de Espanha, escolhemos dois quadros: o primeiro, de Bartolomé González (1564-1627), cujo nome é referido no texto escrito de W. T. Walsh (1891-1949); o segundo de Diego Velásquez (abaixo).
Segue-se o texto da biografia Felipe II (Espasa-Calpe, 1968), do historiador acima referido, com a descrição de Filipe II de Portugal (pg. 764), que verti para português. Segue:
"O príncipe Filipe II (III de Espanha) teria na altura quinze anos e era gorducho, de cabelo castanho arruivado, muito branco de pele, de lábios grossos, demasiado vermelhos, o inferior muito proeminente e o superior levemente sombreado por um buço que, com o tempo, se haveria de converter num largo e sedoso bigode que vemos no seu retrato pintado por González. A parte superior do seu rosto lembrava o seu pai Filipe I (II de Espanha), ainda que os seus olhos eram mais escuros e menos penetrantes; a parte inferior da face era muito menos fina, com a boca débil, amável mas falta de vontade."
O 1.º favorece o retratado, o 2.º é melhor como pintura. Bom dia!
ResponderEliminarEstou de acordo consigo.
EliminarBoa tarde!