terça-feira, 26 de agosto de 2025

Ideias fixas 99

 

Crescer ao deus dará dá nisto. A ausência de regras de educação transmitidas, por parte de tutores responsáveis (pais, professores...) que o não são, é, quanto a mim, a causa principal desta escalada de violência que o título do jornal Público, de hoje, denuncia em números.
Até os cães precisam de ser ensinados para não estarem continuamente a ladrar e incomodar a vizinhança...

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Memória 154

 

Desconheço se a Sociedade de Língua Portuguesa ainda existe. Localizada na rua de S. José (Lisboa), em prédio algo degradado, que ameaçava ruína, foi obrigada a retirar, nos anos 90, os seus cerca de 20.000 livros, que ficariam depois à guarda da BNP, por questões de segurança. A temática dos dicionários ocupava um largo espaço, naturalmente.
A venerável e útil instituição tinha sido criada em 14/11/1949 e editava um Boletim (imagem acima) informativo que, dos 1500 exemplares iniciais, chegou a tirar 5000, e era distribuído gratituitamente aos associados da SLP. Rubricas tais como um consultório linguístico, muito útil, e outras curiosidades constavam do boletim da sociedade. Como por exemplo:




domingo, 24 de agosto de 2025

Handke sobre Simenon

 

Em entrevista a Le Monde (25/7/2025), o escritor austríaco Peter Handke (1942), referindo Georges Simenon (1903-1989), diz: "O que eu recrimino a Simenon, quando ele me faz chorar, é que ele me obriga a sentir-me muito só. Os seus livros são demasiado curtos. Depois de os lermos, estamos tramados. Emociono-me enquanto os leio, mas o que provoca ele com essa minha emoção? Normalmente, deve-se fazer frutificar uma emoção, mas ele não o faz nos seus livros. Entretanto, desde que ele começa a contar uma história, eu tenho sempre confiança nele."
Palavras que eu tenho alguma dificuldade em interpretar, até porque não experimento este tipo de sentimentos exagerados ou deslocados numa leitura normal de livros do grande escritor belga.

sábado, 23 de agosto de 2025

Desabafo (100)

 
A contiguidade geográfica momentânea obriga-me a ouvir um daqueles ruídos martelados e sem imaginação, a que dão o nome de rap. E que é apreciado, ao que parece, por gentinha cujas células cinzentas, ao contrário das de Poirot, não mexem de todo e se contentem com as repetições contínuas. Consola-me porém pressentir que estas mediocres charangas de grunhos não irão durar mais do que durou aquela coisa desmiolada a que os franceses literatos deram o nome pomposo de estruturalismo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

De Wendy Cope



Haikai de Outono

Folhas. Folhas por todo o lado:
no jardim, até dentro de casa.
Marido, vê se limpas os pés.


Wendy Cope (1945), in Uncollected Poems (1992-2000).

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Citações DXVIII

 

Uma sobremesa sem queijo é como uma bela mulher a quem falta uma vista.

J. A. Brillat-Savarin (1755-1826), in Physiologie du goût.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Uma fotografia, de vez em quando... 200

 

A meio caminho entre Merkenich e Leverkusen, este girassol de rosto humano, parece sorrir para quem passa.
(No Dia Mundial da Fotografia)

Fernando Sor (1778-1839)

domingo, 17 de agosto de 2025

Miscelânea (12)

 

Está no seu pleno, a fruta. Embora com preços um pouco altos... Esta semana, apareceram nas bancas do mercado as ameixas Rainhas-cláudia, que no Norte, em linguagem chula, chamam Ameixas-caranguejas e, a Leste, aristocratizam para Mirabelle e Lorena. A meloa é que já teve melhores dias, mas deu lugar aos melões, que se recomendam, de doces. As uvas vão muito boas e os pêssegos também. As Pêras valem a pena nas suas variedades principais: D. Maria, Rocha e Amorim.
É de fartar, vilanagem!


sábado, 16 de agosto de 2025

Do que fui lendo por aí... 70

 

Transcrevendo, parcialmente, o início da crónica:

" Uma das apostas de Verão de algumas televisões, como a NOW e a CMTV, ambas do mesmo grupo, é a transmissão em directo dos incêndios florestais. O dramatismo do relato assemelha-se, por vezes, ao das transmissões dos jogos de futebol, com a contínua e vergonhosa repetição das mesmas imagens, muitas de horas e dias diferentes. Só lhes falta gritar «gooolo!»."

Pedro Garcias, in Fugas, do jornal Público (16/8/25).


sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Artista, [designer], Desenho industrial

 


Ignoramos, infelizmente, os artistas que desenham os nossos objectos do quotidiano. Aqui vai mais uma amostra, de um produto português, criado pelo artista Peter Schmidt.


Post de HMJ

Regionalismos madeirenses (9)

 



Dá-se, hoje, por finda, no Arpose, esta temática regional seleccionada do livro, em imagem, de Ana Cristina Figueiredo.  Em sequência alfabética, como se segue:

1. Tratuário - faixa existente normalmente na berma da estrada, mais elevada em relação a esta e que é           destinada à circulação de peões; passeio.
2. Xavelha - que é natural ou habitante de Câmara de Lobos.
3. Zangalhar - Estar pouco seguro; não estar firme.
4. Zaralhar - andar de um lado para outro sem fazer nada com utilidade.
5. Zaralho - Pessoa que se apresenta mal, que é desarrumada. Desajeitada, desleixada, desordenada.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Revivalismo Ligeiro CCCXLIII



Apesar de tudo, sempre os acho preferíveis aos carreiras, toys, emanueis, barreiros, canários e quejandos...

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O próximo

 


Emprestado pelo meu bom amigo H. N., de um autor de que partilhamos o gosto, este será o livro que se segue, na leitura. O título é todo um programa...

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Pinacoteca Pessoal 214

 

Juan Sánchez-Cotán (1561-1637) foi um pintor espanhol nascido em Orgaz, que veio a falecer em Granada. Artista barroco, veio a distinguir-se sobretudo pelo realismo que imprimiu às suas Naturezas Mortas, que encenava previamente. Professou como monge da Cartuxa em 1603.



Nos últimos anos de vida, naturalmente, dedicou-se também a pinturas de temática religiosa.



segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Belo destaque: Maria Judite de Carvalho

 Não sendo frequente haver notícias sobre escritores portugueses nos Jornais, de referência, na Alemanha, aqui fica a excepção à regra, obviamente no DIE ZEIT, no dia de hoje.

"Maria Judite de Carvalho:Ein Häuflein Asche in der Wüste

Nach 59 Jahren erstmals auf Deutsch: Maria Judite de Carvalhos Roman "Leere Schränke" 

Eine Rezension von Heike Kunert

Aus der ZEIT Nr. 33/2025Aktualisiert am 11. August 2025, 20:03 Uhr 




Maria Judite de Carvalho: Der Roman "Leere Schränke", der in Lissabon geborenen Schriftstellerin Maria Judite de Carvalho (1921–1998) erschien in Portugal 1966, nun wurde er erstmals ins Deutsche übersetzt.

 

Post de HMJ

A propósito de blogues


 
Nem todos os critérios são iguais. Muito menos a exigência de cada um. Muitas das vezes percebe-se que a felicidade vem do rés do chão. E muita hipocrisia, ou simplicidade forçada, na pobreza dos comentários.
Como refere o ditado : "para quem é, bacalhau basta."

John Adams (1947)

domingo, 10 de agosto de 2025

Esquecidos (20)

 

Só não gostei que o fulano autor se tivesse esquecido de falar, no livro, dos bichinhos (camaleões). Que, ainda nos anos 90 do século passado, tinham a sua mancha activa algarvia maior na mata de Monte Gordo. Há esquecimentos que só revelam ignorância ou falta de sensibilidade.



sábado, 9 de agosto de 2025

Citações DXVIII

 

O Progresso é a injustiça que cada geração comete em relação àquela que a precedeu.

E. M. Cioran (1911-1995), in De l'inconvénient d'être né (1973).

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Mercearias Finas 211

 

Em princípio, não tenho nada contra as marcas brancas. Este monocasta Pinot Noir (Regional Lisboa) 2024, 13º, fruto de uma parceria da Ravasqueira Vinhos, S.A. / PD, trabalho do enólogo Vasco Rosa Santos, cumpre com dignidade a sua função. Parece delgado na cor, mas tem estrutura e equilibrado gosto.
Acompanhou lindamente umas iscas de borrego em cebolada. E o preço é uma boa surpresa.

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Bibliofilia 224

 

Esta obra Laura de Anfriso (1788), do licenciado Manuel da Veiga Tagarro, é um livro esquecido, de poesia, apesar das cadências suaves e harmoniosas dos seus versos. Barbosa Machado dá o autor como natural de Évora e nascido a 6 de Abril de 1597, bem como falecido na mesma cidade no dia 19 de Novembro de 1655. Outros estudiosos são mais prudentes, quanto a certezas, e há quem sinalize a sua morte no ano de 1640. O poeta terá tido, muito provavelmente, uma carreira eclesiástica. 
A primeira edição da sua única obra foi impressa em 1627 (1628) e é raríssima. A segunda, portada em imagem acima (do meu exemplar), é a rolandiana, de 1788, ainda rara. Que eu saiba Manuel da Veiga Tagarro não mais foi reeditado. Dele falaram  Maria de Lurdes Belchior, Jacinto do Prado Coelho e Aguiar e Silva. E há um extenso e importante trabalho de Helena Barbas, de 1990, sobre o poeta eborense.



A sua classificação em escolas literárias é muito desencontrada. Há quem o dê como barroco, maneirista, mas também quem lhe atribua pendores de pré-romantismo e/ou neo-clássico - com que estarei mais de acordo.
O meu exemplar da segunda impressão, em perfeitísimas condições, encadernação da época inteira de carneira, foi adquirido no leilão de Outono de 1993, dos Silva's/Pedro de Azevedo (lote 1603), por Esc. 10.053$00. Inocêncio refere o autor no tomo IV do seu Dicionário (pg. 122) e Samodães, sob o nº 3469.
Anote-se, por curiosidade, que Fernando Pessoa apreciava a obra poética de M. da V. Tagarro.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O mundo às avessas




Saberá a joaninha ao menos que vai de pernas para o ar?! Porque a inocência pode ser uma virtude salvífica.
Admitámos porém que é tudo relativo...

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Inventário

 

Sempre gostei, por curiosidade especializada, de saber pormenores sobre bibliotecas alheias. O TLS nº 6364 (pg. 28) satisfez-me, recentemente, essa vontade. Traduzindo, do artigo: " A biblioteca de Napoleão em Santa Helena constava de 3.488 volumes, dos quais 1.887 títulos tinham sido fornecidos pelo governo britânico."
O que para os 6 anos que passou na ilha, provavelmente, foram demais, quanto a leituras...

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Henry Purcell (1659-1695)

A gastronomia foleira



Vejo por aí, na net, sobretudo em blogues "gastronómicos", fotografias coloridíssimas de refeições cruas. São de vegans  disfarçadas e preguiçosas - tenho quase a certeza - que nem sabem cozinhar. E que tiveram uma infância alimentar materna de bollycaos e macs suburbanos.

Regionalismos madeirenses (8)



Em prosseguimento da temática, seguem-se mais cinco regionalismos colhidos na obra Palavras d'aquintrodia, de Ana Cristina Figueiredo. Com os respectivos significados.

1. Roeza - fome, apetite, traça, larica.
2. Sumir - emagrecer progressivamente.
3. Tarraço - que está sob o efeito de bebidas alcoólicas; bêbado.
4. Tentaréu - pessoa que está sempre a arreliar e a importunar os outros.
5. Terçol - o filho ou filha mais novo (a) de um casal.

sábado, 2 de agosto de 2025

Retratos (35)



" Muitos anos depois, em 1965, quando o grande político inglês estava a morrer, o ditador português queixou-se a Franco Nogueira de que Churchill «não podia com ele» - tinha-lhe uma verdadeira «aversão». Não admira. Entre as duas personalidades não podia existir maior contraste. Churchill era emotivo, truculento, impulsivo e generoso; Salazar, frio, reservado, avaro e controlado. Churchill podia ser bruto, mas era também capaz de revelar grande compaixão, inclusivamente para com os sofrimentos do inimigo. Salazar era comedido e sibilino e não se deixava facilmente comover. O chefe do Governo português era um asceta que levava uma vida monástica; Churchill, um sibarita e um gregário. " (pg. 454)

Bernardo Futscher Pereira, in A Diplomacia de Salazar (1932-1949).

Divagações 208

 

Gradual e normalmente, com o tempo, a minha correspondência foi-se reduzindo ao mínimo e/ou ao que seria educado e obrigatório, ou meramente formal. Mas dele, amigo meu, reencontro-a do passado, para mim, a cada passo. em livros, gavetas, nos sítios mais improváveis. Postais ilustrados, sobretudo, da Itália, de França, Espanha, Alemanha, até da Lituânia, dando notícias ou narrando algum episódio pitoresco. De Portugal nem se fala, um número imenso de sinais e imagens.
Através deles reunidos e agrupados se poderia, de algum modo, reconstituir o percurso de uma vida e seus estados de espírito.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

As palavras do dia (59)

 

O escritor argentino César Aira (1949) acrescenta na entrevista: "A literatura actual foi reduzida a entretenimento, boas intenções e mediocridade."
Eu faria um aditamento realista: à força de quererem tornar a arte acessível ao "povo", desceram a fasquia ao nível do chinelo democrático.

Erik Satie (1866-1925) - "Caresse"

Adagiário CCCLXXXII


 

Gado de bico nunca fez ninguém rico.


quinta-feira, 31 de julho de 2025

Outras gulas

 
A minha guerra constante é tentar não abrir mais frentes de leitura. Na mesinha de cabeceira, há um TLS e um livro já iniciado. Na mesa do computador, do lado direito, um jornal e dois livros já começados. E vão 5.
Pode concluir-se, com segurança, que a gula não é só aplicável ao comer.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Aldrabice da SIC

 

SNS 24



Portal SNS 24 e nova aplicação móvel já estão "plenamente funcionais"


A notícia da SIC não corresponde à verdade. Nada está a funcionar como devia, como anteriormente:
- saber a data das consulta/exames, etc.
Já agora, o Testamento Vital ?????  não consta.
A Sic que se deixe de ser simples canal do Governo e passe a comprovar as suas afirmações antes de dar a notícia.

HMJ

Madrugando...

 


Era assim, por volta das 6 da manhã, e ao longe.

Da leitura 62


Por aqui se hão-de ver algumas diferenças de dois celebrados realizadores do cinema italiano:

 


" A 9 de Maio de 1962 iniciam-se em Roma as filmagens de 8 e 1/2 de Federico Fellini (1929 -1993). Cinco dias mais tarde começam na Sicília as de O Leopardo, de Luchino Visconti (1906-1976). Ambos os filmes se acabam em Outubro desse ano. (...) Visconti programou tudo. Fellini deixa-se levar pelas circunstâncias. Tudo opõe Luchino Visconti e Federico Fellini. (...) No cenário de Fellini reina a confusão. Sem ruido este último perde a sua calma e a sua inspiração. Com Visconti, o silêncio é de rigor, e a sua equipa vive no temor de o pertubar."

Samuel Blumenfeld, in En 1962, l'apogée du cinema italien (Le Monde, 11 de Julho de 2025).

terça-feira, 29 de julho de 2025

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Uma fotografia, de vez em quando... 199

 

Criado em Dezembro de 1944, sob o patrocínio de Hubert Beuve-Méry (1902-1989), o jornal Le Monde, a exemplo de outros jornais, não tinha imagens, só texto, inicialmente. Demorou tempo e guerras interiores, até incluir fotografias, porque os jornalistas se queixavam que as ilustrações os obrigavam a diminuir os artigos. 



Assim, a primeira ilustração fotográfica surge apenas a 3 de Março de 1949, e a preto e branco. Sendo que a primeira fotografia a cores aparece no jornal apenas em 14 de Julho de 1998, para celebrar a vitória francesa na Taça do Mundo de Futebol - o que só prova o poder incomensurável deste desporto.

domingo, 27 de julho de 2025

Recomendado : cento e sete

 


Não é demais repetir que ando cansado da ficção, de há anos, não só porque grande parte do que é editado, em Portugal, é de fraca qualidade, mas também porque a vida a substitui de forma alternativa e, muitas vezes, excessiva. Viro-me antes para a história, poesia e para o ensaio. Não me tenho dado mal.
Tirando a prosa, as obras de Javier Marías (1951-1922), considerado o mais inglês dos escritores espanhóis, são muito do meu agrado. É o caso deste Literatura e Fantasma (1998), de que vou apenas na página 55 (das 296), mas cuja leitura me tem dado imenso prazer. Por isso aqui o venho recomendar.

sábado, 26 de julho de 2025

2 poemas de A. de A. M.



Do sol se chega
ao nada

tão vibrante a luz
que se estilhaça

e fere e por momentos
quedam os olhos cegos,
vazio o pensamento.

É como foi o ver-te.

... 

É tão deserto agora o teu olhar
sem contornos de longe que dissessem
aonde o infinito ia acabar.


António de Almeida Mattos (1944-2020), in Além do Arco-Íris (Antologia Poética, 1989).

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Apropriadamente

 

Sempre achei graça à expressão portuguesa: "coçar o bicho do ouvido". Até encontrar uma imagem elucidativa, embora do mundo animal irracional. Raposas, quero eu dizer...

Mozart / Marriner

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Linhagens 15: O avô recuperado

 

O avozinho recuperado!

Com o devido agradecimento para quem teve a disponibilidade, paciência e saber, aqui ficam as fotos do meu avozinho, paterno, o antes e depois de orelha recuperada.

Já não me lembro da imprudência que levou ao apagamento de uma parte da imagem. Infelizmente, há muitas fotos do passado familiar de que se conservam apenas originais únicos.

A foto ainda é, como costume na época, em papel AGFA, associada a Bayer. O nosso fotógrafo, de excelência e da maior parte das fotografias de família, era o meu tio Otto, irmão da minha mãe.

 

 

 

 Wilhelm Jüsten (1886-1960)

 Antes

 Depois

 

Post de HMJ

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O embuste

 



Somando os embustes anteriores, ficamos a saber que a mudança do serviço "online" - SNS 24 passou a uma APP, apresentada pela Ministra em grandes parangonas para justificar, certamente, um investimento de 1.6 milhões de Euros (!). Dinheiro deitado à rua, pelo efeito nulo.
Ora, para os incautos, e preferencialmente adeptos do novo luso-trumpismo - peço desculpa pela usurpação do termo muito bem esgalhado - a tão apregoada APP com presença da Ministra não funciona. Aliás, já tinha apresentado queixa, claro sem resposta !
O que se conseguia, anteriormente através do computador, era:
-confirmar as consultas marcadas 
-aceder às prescrições de exames/análises/receitas
com possibilidade de imprimir os documentos necessários para aviar os medicamentos, fazer as análises, etc.
E agora: NADA !
Ficamos sem saber as próximas consultas, exames, etc. E custou esta brincadeira uma pipa de massa !
Para quê ?
E pergunto como alguns dos nossos chamados "Séniores" da província, sem o requisito do "smartphone",  se vão servir desta mudança sem nenhum proveito.

Post de HMJ

Antologia 26

 

Se porventura eu tivesse de escolher apenas um filme dos que se seguiram à fase do neo-realismo cinematográfico italiano, não hesitaria em optar por Una Vita Difficile (1961), realizado exemplarmente por Dino Risi (1916-2008). Muito bem acompanhado pelos desempenhos de Alberto Sordi (1920-2003) e Lea Massari (1931-2025), artista discreta que trabalhou com os maiores realizadores italianos e franceses. E que eu acabo de saber que faleceu recentemente (23/6), em Roma.

Ideias fixas 98

 

Tenho sempre alguma dificuldade em escolher um vinho para acompanhar pratos em que entra pato. Se assado não duvido, será tinto, mas outras variações criam-me dúvidas, optando, quase sempre, por um vinho branco. Da última vez acamaradei o Arroz de Pato com um Encostas do Tua 2024, da Adega Cooperativa de Pinhel, lotado com Síria e Fonte da Cal (13º), e que está a um preço risível à venda numa das grandes superfícies. E é bom.
Cumulativamente, ninguém me tira da ideia que as castas de vinho têm um lugar ideal geográfico preferencial insubstituível, onde produzem de forma exemplar ou melhor. Não falo sequer da Baga, na Bairrada, do Alvarinho e do seu Monção e redondezas naturais, embora haja alguns produtores e enólogos novos ricos de cabeça que o plantem no Alentejo (com resultados mediocres, aliás, quanto a mim).
O Arinto alcança o seu pleno em Bucelas, insisto. Tenho só algumas dúvidas quanto ao Roupeiro que assim se chama no Alentejo e, nas Beiras, é Síria, mais mineral nestas bandas do que a Sul, onde madura de forma mais suave, normalmente. E em qualquer dos terroirs, embora diferenciado, dá vinhos de muito boa qualidade.


segunda-feira, 21 de julho de 2025

Desabafo (99)

 

Quem usa os serviços da MEO sabe, por experiência própria, que eles deixam muito a desejar. Desde o mandato do Eng. Murteira Nabo (1939), à frente da sua antecessora Portugal Telecom, e a partir dos granadeiros e bavas, seguintes, que tudo começou a descambar. Um recente pedido nosso, para tentar melhorar a velocidade da Net no computador pessoal, acabou por ainda piorar o desempenho, após a intervenção de gentes dessa empresa.
Entretanto, de há anos que tenho contratado com a MEO, um serviço de telemóvel pré-pago, em que mensalmente me era cobrado 1 euro de comissão. Pois hoje, e sem prevenirem ou dizerem algo, passaram a cobrar-me 1,50 euros. Um aumento, sem ao menos justificarem, de 50% - um autêntico despautério de especulação! Apetece exclamar, como dantes se dizia: "Vão lá roubar para o pinhal de Azambuja!"
Por onde é que andará a ERSE?

domingo, 20 de julho de 2025

Toponímia

 

O tempo acaba quase sempre por destruir a realidade ou, ao menos, por desfazer a associação que ligou, com lógica, de início, o motivo e o local. Hoje, não há alecrim, na rua homónima de Lisboa, nem flores senão nas varandas da dita estreita artéria. Mais distante porém, e enigmático, seria como foi chamado Pote das Almas, ao que é hoje o nome limpo lisboeta de rua Nova do Almada.

Michele Esposito (1855-1929)

Osmose 145

 
Compreendo perfeitamente os abusos que se fazem sobre alguns verbos, de natureza afectiva, por parte de uma grande parte da gentinha que polui a blogosfera. Adorar, amar, por exemplo, são usados, indistintamente, por quem não sabe usar a medida e o grau. Volúveis, quando não irracionais, estas criaturas levezinhas de cabeça são capazes de incensar um amigo recente de que muito pouco conhecem, esquecendo, com leviandade, os antigos companheiros. 
Gente pouco fiável, que eu gostaria de lembrar neste vago Dia Internacional da Amizade.

sábado, 19 de julho de 2025

Ultimas aquisições (61)

 


Criação de Vitor Silva Tavares (1937-2015), embora irregular de qualidade na sua inclusão, talvez excessivamente, genererosa de autores, a colecção & etc iniciou-se em 1974 e contou com cerca de 400 títulos até 2013.
W. H. Auden (1907-1973) é porém um autor seguro, bom poeta e arguto ensaísta, apreciado por mim, o que me levou a comprar este livro, recentemente e sem hesitações, e com vontade de o ler.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Estado da natura 5

 

Esta magnífica roseira que nos acompanha há 3 ou 4(?) anos, na varanda a sul, produz, com regularidade e quase em simultâneo, três rosas, ciclicamente. Em pé alto (coisa rara) que chega limpo de outras rosas a atingir um metro bem medido. De rubra cor apurada, enche de alegria a varanda, e quem a vê no seu esplendor florido.