terça-feira, 30 de abril de 2024
segunda-feira, 29 de abril de 2024
Toponímia e proporção
domingo, 28 de abril de 2024
Clandestino
sábado, 27 de abril de 2024
Está tudo dito
sexta-feira, 26 de abril de 2024
Uma fotografia, de vez em quando... (182)
quinta-feira, 25 de abril de 2024
Apontamento 166: 25 de Abril – Vivências
[cfr.
https://restosdecoleccao.blogspot.com/search?q=Transportadora+Belo]
Passados 50 anos, todos sabemos
que a memória já não é o que era. Sucede, no entanto, que permanecem registos
inapagáveis, embora de precisão temporal e local algo diluídos.
Mesmo assim, resolvi registar,
para memória futura, o que ainda se acumula na memória, visual e afectiva, de
aprendizagem única e determinante.
Com efeito, assim foi o meu 25 de
Abril.
Saí, pouco depois das 7 da manhã,
da casa de residência em Cacilhas, transformada maioritariamente em república
estudantil, para ir para o meu trabalho de administrativa numa fábrica situada
no Casal do Marco. Utilizava as camionetas Belo, em imagem, para acordar no
caminho, sonolenta, das noitadas de conversas e convívios.
Julgo não estranhei, à partida, a
ausência de qualquer passageiro habitual, porque também não tinha grande
familiaridade com os utilizadores da camioneta. Achei estranho o facto de o
motorista estar muito atento ao que estava a ser transmitido na sua telefonia,
matéria que, no meu estado meio ensonado, me passou ao lado. Ficou-me a
lembrança de ter feito a viagem com poucos passageiros, contrariamente ao
habitual.
Depois de sair da camioneta, seguindo
a pé para a fábrica, o caminho também me pareceu pouco frequentado.
Junto da entrada da fábrica
comunicarem-me que não podia entrar, devia recolher a casa porque estava em
curso “não sei o quê”.
Preocupada com os meus
companheiros que deixara a dormitar na “residência estudantil”, tentei voltar o
mais depressa possível a casa. Felizmente, as camionetas Belo ainda funcionavam
regularmente.
Ao voltar a entrar em casa, já
havia quem se tinha apercebido, embora vagamente, do que se estava a passar em
Lisboa.
Como seria para passar de barco,
de Cacilhas para Lisboa ? Haveria barcos ?
A partir deste momento, da nossa
deslocação da margem Sul para o centro dos acontecimentos em Lisboa, a
cronologia já não acerta. Baralham-se as imagens, embora haja, por enquanto,
registo de memória dos locais percorridos.
Lembro-me perfeitamente, da mole humana e do ambiente no Largo do Carmo. Antes ou depois, guardei imagens de uns soldados da GNR, com arma na mão e semblante assustadiço, nas escadas de acesso para os comboios da estação do Rossio.
Ainda em pleno dia, como diz a
seguinte notícia:
“Uma primeira manifestação tinha
avançado pela rua António Maria Cardoso, provocando os primeiros disparos e os
primeiros feridos, por volta das 13h30.” – Esquerda NET
recordo-me de fixar, para o resto da minha vida, uma
Travessa dos Teatros, ao Chiado, pelo facto de alguém me ter empurrado, caindo
nestas escadas, para não ser atingida.
Actualmente, julgo saber o lugar exacto, na imagem
acima, de onde vieram os primeiros disparos.
Não me lembro de todo o que se comeu, onde e quando
nestes primeiros dias fora de casa.
Vínhamos para casa apenas para dormir e tratar das
necessidades básicas e de higiene.
Da altura, e ainda como forasteira voluntária, fica o
meu testemunho de uma experiência ímpar, de rara dádiva humana, social,
cultural, política e afectiva.
No final de contas, seria imperdoável não registar as
mudanças de vivência e as alterações no relacionamento pessoal que se operaram
após o 25 de Abril. A aparente abertura com laivos de opções progressistas nas
relações pessoais cedo deu lugar a outros encontros, passando de ideais
revolucionários a trilhos tradicionais de “casa e pucarinho”.
Sinais do tempo.
Consequentemente, se o pós-25 de Abril provocou,
primeiro, a perda do poiso na residência habitual e, de seguida, o despedimento
de um emprego seguro, surgiram as dificuldades próprias da altura. Abalos e
consequências, certamente, na convicção, julgada inabalável, de uma opção
democrática, nem sempre bem fundamentada, de quem se tentava situar na margem
esquerda do mundo democrático.
Em todo o caso, foram essas circunstâncias que
contribuíram para uma opção de vida que desejava, baseada numa formação sólida,
intelectual, com enriquecimento pessoal, político e afectivo que, passados
estes 50 anos, me merece o maior agradecimento ao país que me acolheu e,
designadamente, ao apoio dos que me são mais próximos.
Fica o eterno abraço a todos os amigos que encontrei e
que me ajudaram, assim como os familiares que me têm enriquecido a vida todos
os dias.
quarta-feira, 24 de abril de 2024
Marcadores 31
Citações CDLXXXVIII
A História é a filosofia ensinada através de exemplos.
Dionísio de Halicarnasso, in Antiguidades de Roma.
terça-feira, 23 de abril de 2024
Interlúdio 99
segunda-feira, 22 de abril de 2024
Incomodidades
domingo, 21 de abril de 2024
sábado, 20 de abril de 2024
Desabafo (87)
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Versão de um poema de Roberto Juarroz (1925-1995)
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Apontamento 165: Infelizmente, assim vai o mundo
O poste vai sem imagem, porque me
recuso a fazer publicidade a uma publicação que não conheço, mas cuja matéria
me parece extremamente duvidosa para os fins em vista.
Esclareçamos, então, a questão.
Pelas minhas leituras do jornal
de referência, DIE ZEIT, fiquei a saber que a matéria literária dos exames
nacionais, este ano na Alemanha, se baseavam numa autora, chamada Julia Zeh,
cuja referência cultural e literária nunca me tinha passada pelos olhos.
Obviamente, considerei, à
partida, que a falha seria minha, motivo pelo qual tentei recolher informações
sobre a autora. Da minha livraria de referência, de Colónia, pouco recolhi, nem
o tal romance "Corpus Delicti" aparece nas listas
que costumo consultar.
O que tentei saber sobre a matéria do romance é que se trata de uma
visão “distópica” sobre o futuro, ou seja, o avesso a uma perspectiva utópica e
bela sobre o futuro.
Ao fim do dia, após a leitura da
notícia e relembrar-me das minhas provas de exame nacional [Abitur], resta-me uma
revolta enorme perante este disparate. Então, não haverá autor, na imensa
galeria de escritores alemães, que, com uma qualidade superior a estes escritos
de circunstâncias, fizesse pensar os jovens ? Convenhamos, não tenho nada contra a autora e o seu livro. Não me parece é escolha acertada para o fim em vista !
Até sinto vergonha pela falta de
qualidade dos órgãos respectivos: Governo federal e estatais.
No entanto, recuso-me a aceitar que é este mundo que queremos, embora se tente impor à viva força uma agenda do imediato e pouco alicerçada numa cultura sólida.
Post de HMJ
Adagiário (?) CCCLXV
Comic Relief (160)
quarta-feira, 17 de abril de 2024
Mercearias Finas 199
terça-feira, 16 de abril de 2024
Bibliofilia 212
segunda-feira, 15 de abril de 2024
sábado, 13 de abril de 2024
O desabrochar da Amaryllis
sexta-feira, 12 de abril de 2024
Apontamento 164: Engano de alma + Hipocrisia
Quando li, há pouco tempo, que as embalagens dos medicamentos iriam deixar de ter a indicação do preço, achei um péssimo sinal. O cliente ficava sem nenhuma base para a comparação dos preços praticados pelas farmácias, perante a evidência que essa manipulação do preço existe.
Bem basta a recordação, de há
décadas, de uma reunião conspirativa dos cabeças da Associação Nacional das
Farmácias, com nomes sonantes, na área de partida do aeroporto de Lisboa, para
não acreditar na inocência da medida.
Ora, então, hoje tive a confirmação.
Encontrei um medicamento com o preço tapado, com fita, que felizmente consegui
retirar sem estragar o registo original. Ficam as imagens entre o antes e
depois da medida:
Por outro lado, desde a semana
passada, por razão do novo governo, passei a ter umas indicações completamente
hipócritas. Primeira medida de compaixão ?
No entanto, completamente
hipócrita como se pode observar pelo confronto dos valores pagos !
Um aviso à navegação pelo
quotidiano enviesado que nos espera, sem dúvida ! Para já fica o alerta !
Post de HMJ
Últimas aquisições (51)
quarta-feira, 10 de abril de 2024
Pinacoteca Pessoal 202
terça-feira, 9 de abril de 2024
Apontamento 163: Repensar a cidade
Ora, ontem, após um período de
recuperação e melhoria na respiração, pensava retomar as minhas saídas, no
Chiado e Rossio, etc.
Aproximando-me, de carro, do
nosso poiso habitual, olhei em volta e a um centro de cidade transformado em
“Disneylândia” e quejando, gentinha, sem rumo, sem eira nem beira, a circular
onde eu pensava passar, concluí, mais uma vez, que a vontade de sair acabara
naquele momento.
Concluí que a miséria física,
cultural, mental e cívica, com que me deparara, anulou todo o meu desejo de
passear pelas ruas que, em determinada altura no passado, tanto contribuíram
para me enriquecer.
Nem se fala do ruído ensurdecedor, que os turistas julgam ser música e aplaudem, nem do atropelo ao código da estrada pelos TUC TUC, estacionados à balda junto de S. Pedro de Alcântara, ou dos autocarros de turismo que param onde querem, causando longas filas de trânsito pela paragem prolongada à espera de bimbos.
Post de HMJ
segunda-feira, 8 de abril de 2024
Osmose 135
Do que fui lendo por aí... 63
sábado, 6 de abril de 2024
Para que conste
sexta-feira, 5 de abril de 2024
Recomendado: cem
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Curiosidades 104
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Citações CDLXXXVII
terça-feira, 2 de abril de 2024
Da construção de um policial
segunda-feira, 1 de abril de 2024
Revivalismo Ligeiro CCCXXVII
Inesperadamente
Adagiário CCCLXIV
1. Se vives na aldeia, ela é a capital.