Esta obra Laura de Anfriso (1788), do licenciado Manuel da Veiga Tagarro, é um livro esquecido, de poesia, apesar das cadências suaves e harmoniosas dos seus versos. Barbosa Machado dá o autor como natural de Évora e nascido a 6 de Abril de 1597, bem como falecido na mesma cidade no dia 19 de Novembro de 1655. Outros estudiosos são mais prudentes, quanto a certezas, e há quem sinalize a sua morte no ano de 1640. O poeta terá tido, muito provavelmente, uma carreira eclesiástica.
A primeira edição da sua única obra foi impressa em 1627 (1628) e é raríssima. A segunda, portada em imagem acima (do meu exemplar), é a rolandiana, de 1788, ainda rara. Que eu saiba Manuel da Veiga Tagarro não mais foi reeditado. Dele falaram Maria de Lurdes Belchior, Jacinto do Prado Coelho e Aguiar e Silva. E há um extenso e importante trabalho de Helena Barbas, de 1990, sobre o poeta eborense.
A sua classificação em escolas literárias é muito desencontrada. Há quem o dê como barroco, maneirista, mas também quem lhe atribua pendores de pré-romantismo e/ou neo-clássico - com que estarei mais de acordo.
O meu exemplar da segunda impressão, em perfeitísimas condições, encadernação da época inteira de carneira, foi adquirido no leilão de Outono de 1993, dos Silva's/Pedro de Azevedo (lote 1603), por Esc. 10.053$00. Inocêncio refere o autor no tomo IV do seu Dicionário (pg. 122) e Samodães, sob o nº 3469.
Anote-se, por curiosidade, que Fernando Pessoa apreciava a obra poética de M. da V. Tagarro.
Uma preciosidade...
ResponderEliminarÉ de lamentar que não reeditem! Assim, continuará quase esquecido e desconhecido!
Bom dia.
Seria meritório que o programa da IN-CM o viesse a incluir. O exemplar mandato de Graça Moura, no passado, teve em linha de conta nomes e obras esquecidos e/ou esgotados da literatura portuguesa.
EliminarBoa tarde.
Agradeço-lhe estas notas. Eu que sou medianamente instruído confesso, ai de mim, que a leitura de poesia me passa razoavelmente «ao lado ». Neste caso, qualquer achega é bem-vinda!
ResponderEliminarFalta a identificação: Rui Figueiredo. Boa tarde
ResponderEliminarHá sempre - acredito - um poeta à nossa espera. É preciso é saber, ou ter a sorte de o encontrar.
EliminarBoa tarde.