sexta-feira, 5 de agosto de 2011

J. R. Jimenez - 2 poemas traduzidos


4 (calor, fugas)

Há um eu que vai dormindo
- moscardo fixo da ideia! - ;
e há um que está vigiando
para que eu não adormeça.

Sombra

Toda a noite interna navegando
- os espaços negros dos meus sonhos;
horas grandes por dentro, veloz relógio externo
até chegar a esta praia rósea pela aurora.

Que livre mar tão infinito
e teu, limitada noite breve;
e que distância tão imensa
desta terra de ontem
a esta mesma de hoje!

Juan Ramón Jimenez (1881-1958), in Belleza.

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