Nós íamos pelas sardinhas, mas a D. Leonor ainda não as tinha. Parecidos, só carapaus, que não nos apeteciam para hoje.
Só para a semana: em Junho é que começa a nossa pesca. A que tem havido é espanhola - não presta de sabor! - disse-nos com experiência a Senhora.
Na semana passada tínhamos levado um peixe-galo da banca dela, que estava bom e fresquíssimo.
Circunvaguei o olhar pelo mármore: douradas, azevias, pescadas, chocos e lulas, pregados, duas corvinas grandes, e um único goraz, que também é um peixe solitário. Raramente vai acarneirado ou em cardume, pelas águas marítimas...
O bicho era bonito e fresco, de guelras berrantes e olhos ainda bem salientes.
O bicho era bonito e fresco, de guelras berrantes e olhos ainda bem salientes.
Ora, eu há mais de 20 anos que não ia em gorazes e HMJ nunca os provara. Fiz conversa sobre o caso, com a Dona da banca e a filha, que ao fim-de-semana, embora licenciada, vem sempre para ajudar a mãe. Fiquei a saber que, durante cerca de 10 anos, os gorazes quase desapareceram de venda (prenúncio de extinção?) e eram muito caros os poucos que apareciam. Recentemente, voltaram. Este, que me namorou, estava a 19,90 euros, o quilo, mas filei-o por escolha final apetecida.
Veio do Telmo um pimento vermelho para, com tomate e cebola, fazer a cama ao goraz, no forno, e, de fora, uma couve-flor maneirinha, em contraste de sabores. A provar, para a mesa, um branco de Pias, da colheita do ano passado, lotado por Arinto, Antão Vaz e Verdelho, com 13º comedidos, que bem exemplificou a sua nobre condição alentejana.
Como sou poupado e gosto de ser preciso, usando, normalmente, com parcimónia verbos (amar, adorar e outras fantasias de meninas pouco experimentadas e de cavalheiros serôdios) muito abusados, direi apenas que tudo estava nos conformes. E bom.
Como sou poupado e gosto de ser preciso, usando, normalmente, com parcimónia verbos (amar, adorar e outras fantasias de meninas pouco experimentadas e de cavalheiros serôdios) muito abusados, direi apenas que tudo estava nos conformes. E bom.
Gosto bastante de goraz assado e das batatinhas que o acompanham. Não sabia que tinham estado desaparecidos.
ResponderEliminarBoa tarde!
No Norte, comia-os com alguma frequência, ultimamente, não. Talvez a explicação venha da escassez...
EliminarBoa noite.
Belo peixe. Se comi goraz umas duas vezes na vida foi muito. Ter uma D. Leonor que tem peixe fresco é bem bom.
ResponderEliminar[Vou tentar moderar-me em palavras de apreciação. Gosto de amar e adorar, mas não quero cair nesta categoria de "meninas pouco experimentadas", pelo menos por aqui :-) ]
Curiosamente, nos últimos 20 anos conheci uma série de peixes que nunca tinha provado... Alguns muito bons.
Eliminar[Não me leve a mal a diatribe, mas estas palavras mereciam mais respeito e uso mais adequado.]
Votos de uma boa próxima semana.
Bom dia.
EliminarClaro que não levo a mal. Por aqui, não são tanto os verbos, são mais as palavras da "moda" que nos custam ver escritas ou ouvi-las como: exequível, confortável, meninos (já não há miúdos nem crianças) e outras do género dicionário "p.c." :-)
Boa semana
Fora os grunhos futeboleiros, que alguma juventude cultiva, há as modas, como por exemplo houve a do procrastinar que até já enjoava...
EliminarBom dia.
Fiquei interessada. Cá em casa come-se muito dourada, mas apetecia-me variar. Bom dia!
ResponderEliminarCom a aquicultura, deixamos de comer robalos e douradas...
EliminarO goraz é um pouco parecido com o pargo legítimo.
Boa semana.