Uma coisa temos em comum, Luis Sepúlveda (1949-2020) e eu: nascemos ambos num hotel, acidentalmente, embora em anos e países diferentes de continentes diversos.
O tempo e a luz já me permitem ler na varanda a leste. Olho para baixo e vejo mais um figurante, dos muitos que se clonam, habituais e idênticos, interminavelmente repetidos, com as características banais de: obeso, cabeça rapada, calções escuros, chanatos de plástico.
O tempo e a luz já me permitem ler na varanda a leste. Olho para baixo e vejo mais um figurante, dos muitos que se clonam, habituais e idênticos, interminavelmente repetidos, com as características banais de: obeso, cabeça rapada, calções escuros, chanatos de plástico.
Olho para a mesa, cá em cima, e concluo que, injustamente e a meio, classifiquei de livro menor Uma História Suja, de Luis Sepúlveda, que estou quase a acabar. A obra, no entanto e só por si, vale por 2 textos soberbos: Acerca da Luz (pgs. 198 a 200) e, muito principalmente, Infância (pgs. 204 a 210).
Quem puder que os leia. Ou releia.
Quem puder que os leia. Ou releia.
Fui reler (comprei o livro em 2004) o primeiro texto 'Acerca da Luz' e é realmente magnífico. Tenho a sensação que o APS conhece os locais mencionados no texto, pelo menos o último; eu não conheço nenhum deles, embora já lá tenha estado através das palavras e imagens de outros.
ResponderEliminarDo Oé (Nobel 1994) apenas li os Dias Tranquilos.
A parte final sobre a efemeridade e fragilidade da vida e da nossa insignificância no universo, lembrou-me o extraordinário discurso do Carl Sagan acerca do tiny pale blue dot (o planeta em que vivemos e que tanto maltratamos... e onde todos querem mandar).
Vou reler a Infância à tarde.
Bom almoço.
🥘
Caramba, não vou dizer (como o outro) que me correram as lágrimas, mas este Infância comoveu-me bastante, até porque ainda me lembrava de algumas partes: da campânula de vime, do irmão, dos gatos...
ResponderEliminarE pensar que há muita gentinha que não lê Luis Sepúlveda por preconceito, por pensar (sem nunca o ter lido) que ele é um escritor menor.
A seguir vou ouvir o Llueve sobre Santiago, do Piazzolla, uma música que também me comove sempre, em jeito de homenagem ao Sepúlveda.
E é isto que eu gosto nos blogs: aprender coisas novas ou relembrar o que pensava estar esquecido.
Bom resto de domingo :)
🌻
Fico contente que se lhe tenha composto o dia com as sugestões de Luis Sepúlveda, a que juntou Piazolla, que é sempre uma boa companhia musical.
EliminarInfância é um tema delicado, mas ocorrem-me mais 2 sul-americanos a tratá-lo, e muito bem: Graciliano Ramos, com obra homónima e Guimarães Rosa em "Miguilim e Manuelzão", da Livros do Brasil.
Retribuo, cordialmente.
Obrigada pelas sugestões, talvez encontre essas obras na biblioteca
EliminarBom dia.
🌻
A ver se leio esse livro. Bom dia!
ResponderEliminarSão dois pequenos grandes textos.
EliminarUma boa semana.