domingo, 3 de maio de 2020

De Antonio Gamoneda, em versão portuguesa


Paisage


Vi
montes sem uma única flor,
lápides rubras, vilas
ermas
e a sombra que desce. Mas ferve
a luz nos espinheiros. Não
compreendo. Só vejo
beleza.
            E desconfio.



Antonio Gamoneda (1931), in Blues Castellano.

8 comentários:

  1. Gostei. «E desconfio.» :)
    Bom dia!

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    1. Este grande Poeta tem um verbo forte..:-)
      Bom Domingo.

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  2. Respostas
    1. É verdade, é um grande poema, apesar de pequeno.
      Retribuo, cordialmente.

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  3. Desconfiar da beleza? Um pequeno/grande poema, mas triste.

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  4. De uma forma simplória, também o povo diz: não há bela sem senão.

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  5. Olá (desde há tanto, eu sei, mea culpa, ou melhor, culpa inteira minha). Gostei muito dos versos e, em jeito de rodapé, ocorreu-me acrescentar este dislate: Gamoneda, apesar de cultivá-la, fazia bem em desconfiar da beleza. É mesmo, creio, com essa atitude ambivalente que deve ser encarada. Quando endeusada como valor absoluto que não é acaba-se frequentemente ou cego pelos holofotes ou ferido pelos espinhos da realidade. Abraço

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  6. Uma saudação efusiva, pela sua bem-vinda visita.
    Grande poeta, este homem de Oviedo, simples e conciso, um dos meus 5 preferidos da vizinha Espanha.
    Muito cordialmente,
    A. S.

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