quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Bibliofilia 91

Com ligeiros restauros marginais e uma mancha de humidade, na capa, esta primeira edição (1914) de "A Confissão de Lúcio", de Mário de Sá-Carneiro (1890-1916), custou-me, no início dos anos 80, Esc. 2.400$00, num alfarrabista da Rua do Alecrim, em Lisboa.
Não é livro que apareça, com frequência, à venda, ou em leilões. Referenciei-o, em Novembro de 1991, num leilão (lote 1054) de José Manuel Rodrigues, tendo sido arrematado por Esc. 21.000$00. Mais tarde, na Feira das Antiguidades, da F. I. L., em Abril de 1998, um exemplar com pequenos defeitos, marcava Esc. 12.000$00. Finalmente, num leilão Silva's, em Março de 1999, tinha uma estimativa de venda entre 8.000$00 e 12.000$00, mas não registei a importância final por que foi vendido.
Lembro que foi a edição fac-similada desta obra de Mário de Sá-Carneiro, que, ontem, se podia adquirir com o jornal Público. Edição feita pelo exemplar da Biblioteca da Universidade de Coimbra.
A quem queira aproveitar...

9 comentários:

  1. (Deixo-lhe os preços «de martelo» nos últimos leilões em que o vi à venda: 3000€, em 2008, e 1800€, em 2010; exemplares com dedicatória manuscrita pelo autor, ambos. Já em 2012, foi retirado, a um preço-base de 600€, um exemplar «normal». Todos os leilões em questão foram organizados pela mesma casa, o que talvez ainda justifique mais o decréscimo do que a crise...)

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  2. Agradeço-lhe a visita, comentário e as achegas concretas que trouxe a este poste. Pessoalmente, os preços de licitação que refere, levam-me a pensar no amadorismo e ingenuidade de quem arrematou o livro por aqueles valores altíssimos. Faz-me lembrar as estimativas de venda do sr. Ramer que vende, sobretudo, para N. Iorque, a preços milionários...
    Por cerca de 1.200 euros, vendia-se ainda há pouco tempo uma primeira edição do "Só", com dedicatória, livro que teve uma tiragem de apenas 200 exemplares.
    Anda por aí muito dinheiro fácil, à solta...

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  3. Mais do que ingenuidade, parece-me que será muito uma questão de modas, e a do modernismo continua a pegar. Aliás, os próprios critérios seguidos pelas leiloiras em cada leilão parecem obedecer também a isso (além dos desígnios, razoáveis ou não, cuja compreensão frequentemente nos ultrapassa). Porque não há dúvidas, como diz, de que vale bem mais, pela raridade e não só, uma primeira do «Só» do que a de «A Confissão de Lúcio»...

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  4. A moda tem os seus efeitos. Bem como as efemérides: em 1992, apareceram à venda, várias primeiras edições do "Só" (centenário), em 95, idem, com o 4º centenário da publicação da 1ª, de Sá de Miranda. E, já antes, em 1984 (cinquentenário), várias "Mensagem" de Pessoa. Depois os preços e a febre abrandam, normalmente...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Primeira edição de A confissão de Lúcio, que foi impressa em 2013.

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  7. Basiei-me na informação da capa.

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  8. Só reparei por ter um exemplar autografado de Dezembro de 1913. No fim do livro está a informação tipográfica. O papel admite tudo o que nele se escrever ou imprimir. Mas todos, todos, apesentam a obra como sendo de 1914, que é o que diz na capa, realmente.

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  9. Pois é: tem toda a razão. Há que cruzar informações para se chegar à verdade...

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