Ao cavalo do Conde de Sabugal, que fazia grandes curvetas
Galhardo bruto, teu bizarro alento
Música é nova, com que aos olhos cantas,
Pois na harmonia de cadências tantas
É clave o freio, é solfa o movimento:
Ao compasso da rédea, ao instrumento
Do chão, que tocas, quando a vista encantas,
Já baixas grave, e agudo já levantas,
Onde o pisar é som, e o andar consento:
Cantam teus pés, e teu meneio pronto,
Nas fugas, não, nas cláusulas medido,
Mil consonâncias forma em cada ponto:
Pois em falsas airosas suspendido
Ergues em cada quebro um contraponto,
Fazes em cada passo um sustenido.
Anónimo
A F. por alcunha o Cardeal que morreu de repente estando comendo
Pouco Santo mostrou ser
Este que a terra consome:
Os Santos morrem de fome,
Este morreu por comer:
Veio o Cardeal a morrer
Que ninguém da morte escapa,
E por baixo da sua capa,
Dizem não com pouco espanto,
Se não morreu como Santo,
Que teve morte de papa.
Jerónimo Baía (1620?-1688).
«teve morte de papa»!... :))))))))))))))))
ResponderEliminarAs curvetas do cavalo do Conde de Sabugal também estão bem descritas.
ResponderEliminarEste(a)papa(Papa)tem que se lhe diga...:-)
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