quinta-feira, 3 de junho de 2010

Entre elegia e louvor



Há um horizonte raso e terrestre, muito fino e baixo, à minha frente. E um pequeno quadrilátero de verde-tejo cubista, mas real, coberto de neblina azulada e branca que sobe das águas, quase imperceptível. Teria de me levantar da mesa para que a Terra também subisse na linha curva ascendente da Arrábida, ao longe na distância.
Amanhã, Norte. Com todo o espanto de poder regressar, ainda, a uma origem já confusa e que, às vezes, me cansa rapidamente - de tão diferente. A velhice não gosta de surpresas, senão as que prepara para os outros.
Morreu o João Aguiar (28-11-1943//3-6-2010), dizem as notícias. Nunca li nada dele. Mas era quase da minha colheita... Mergulho, de novo, o meu olhar no quadrilátero verde-azul-tejo, à minha frente. A ver se saio lavado.

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