Regra sua para quem quiser viver em paz
Ouve, vê, e cala,
e viverás vida folgada:
tua porta cerrarás,
teu vizinho louvarás,
quanto podes não farás,
quanto sabes não dirás,
quanto vês não julgarás,
quanto ouves não crerás,
se queres viver em paz.
Seis coisas sempre vê,
quando falares, te mando,
de que falas, onde, e quê,
e a quem, como e quando:
nunca fies, nem porfies
nem a outro injuries,
não estejas muito na praça
nem te rias de quem passa,
seja teu tudo o que vestes,
a velhacos não afrontes,
não cavalgarás em potro.
Nem tua mulher gabes a outro,
não cuides de ser valentão
nem travar contra a razão.
Assim lograrás tuas cãs
com tuas queixadas sãs.
Era sábio, este camareiro-mor...
ResponderEliminarNão sei é se ele terá seguido estes "pricípios", escrupulosamente...até porque nem sempre é fácil.
ResponderEliminarMuito sábio, mesmo.
ResponderEliminarGostei. Não conhecia.
Segundo Infopedia e outras fontes, D. João Manuel seria o filho mais velho de D. Justa Rodrigues Pereira, ama de leite do rei D. Manuel I e fundadora do Mosteiro de Jesus em Setúbal em 1490-91 ainda em tempo de D. João II.
ResponderEliminarO título desta obra é mesmo assim? Conhecia como "Regras para quem quiser viver em paz"
ResponderEliminarO título do poema, tal como o transcrevi, surge no tomo II (1910) da edição do Dr. A. J. Gonçalves Guimarães, editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra.
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