terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ofícios, religião e patronos


É já do século XIV, em Portugal, a disposição régia que obrigava a que arruassem, no mesmo local das cidades, os mesteirais do mesmo ofício. Daí, ainda se poderem encontrar, em Lisboa, a rua dos Sapateiros, a rua dos Remolares (fabricantes de remos), a rua dos Correeiros... Ou, por exemplo, em Guimarães, existir uma zona da cidade que dá pelo nome de Caldeiroa. Do ponto de vista imaterial, também era comum os artífices das diversas corporações colocarem-se sob a invocação de um santo patrono. E, se a corporação fosse rica, até lhe erigiam capela própria, se não, davam assistência e cuidavam, numa igreja próxima, de um altar dedicado ao santo patrono do respectivo ofício. Variando, ligeiramente, de terra para terra, eis alguns dos patronos dos diversos ofícios:
Sto. Elói: ourives.
N. Sra. da Silva: ferreiros (no Porto).
S. Jorge: barbeiros, serralheiros, cutileiros.
S. Miguel: canteiros, luveiros, albardeiros.
Sta. Catarina: livreiros.
S. Crispim (às vezes em conjunto com S. Crispiano): sapateiros, curtidores.
N. Sra. das Mercês: pasteleiros, torneiros.
S. José: pedreiros, carpinteiros.
S. Gonçalo: vidraceiros, tintureiros e tecelões.
N. Sra. das Candeias: alfaiates.

2 comentários:

  1. Só sabia da Santa Catarina e do S. José; dos outros, é possível que já tenha lido ou ouvido, mas não fixei.
    Havia no Chiado uma ourivesaria Elói (onde hoje está a Globe), que diziam pertencer à família do pintor Mário Elói. Um apelido apropriadíssimo ao comércio da família.

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  2. Os Elói(s) aplicaram-se, coerentemente..:-)
    Desejo-lhe uma boa tarde! Soalheira, como está.

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