Há dias, em conversa cordial, veio à mesa o tema que titula este poste e, se um de nós preferia a palavra família, para caracterizar o agregado humano de proximidade, os outros dois interlocutores optavam pelo termo tribo, talvez pelo seu mais amplo significado antropológico. Porque o primeiro entendia que família era, antes de tudo, unidade, enquanto à tribo estariam associados sentimentos de inveja e rivalidade, fossem eles de cariz profissional, ou não. Ora, eu creio que, mesmo a família contém em si, também, factores de emulação, desacordo e até inveja que acabam, quase sempre, por existir em qualquer grupo humano. Mas também segregam sinais de semelhança, completude e inter-ajuda solidária, se não por afecto, pelo menos, por dever e regra social.
A geografia inicial destes grupos é a de proximidade. Lembro-me que, na infância-adolescência, e na minha rua, eramos três a coleccionar selos: E. dedicava-se à França e colónias francesas, Q. juntava selos da Bélgica e de Itália, e eu guardava, com particular agrado, estampilhas da Alemanha e da Holanda, preferencialmente. E, depois, entre nós, cedíamos os repetidos desses países, aos outros amigos.
O mesmo acontecia com livros e leituras: E. comprava todas as obras de Urbano T. Rodrigues, eu, os de Fernando Namora. E íamos emprestando, um ao outro, as obras que íamos lendo, fazendo anteceder os empréstimos de pequenos comentários de avaliação sobre as leituras já efectuadas.
Na actualidade, estes intercâmbios subiram de patamar. Com o meu bom amigo H., troco semanalmente, depois de lidos, o "Obs" e o TLS pelo Atual (do Expresso) e pelo "Le Monde". Para proveito de ambos, e da tribo.
Gostei do texto! Acho interessante essa partilha com os amigos.
ResponderEliminarDesejo-lhe a si, à HMJ e restantes familiares um Bom Ano 2014!
Continuação de um bom dia!
Ainda bem que gostou, Isabel.
ResponderEliminarGrato pelos seus votos, que retribuo cordialmente.
E, apesar da chuva, que o seu dia seja bom e, melhor ainda, o Novo Ano de 2014!
Acho que estas trocas tinham muito a ver com as conversas de café. Nestas púnhamos em dia (todos os dias) a conversa, as leituras, os filmes, etc. E trocávamos livros.
ResponderEliminarNo meu caso, as conversas de café acabaram, as trocas de livros continuam. E de alguns jornais, tb.
Quanto a família ou tribo, talvez tribo seja mais usada em famílias numerosas; eu uso mais família (sempre alargada aos amigos).
No meu caso, nos cafés e como eram grupos mais alargados, a conversa era mais geral, embora, por vezes, também incidissem sobre leituras. Mas havia, já, muito futebol, à mesa...
ResponderEliminarAs trocas de livros, essas, também continuam..:-)
E, no meu universo pessoal, os Amigos fazem parte da família.