terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Memória 1








Marion Dönhoff (2.12.1909 - 11.3.2002), condessa, oriunda da Prússia Oriental, uma região geográfica que se confunde com a História do centro e leste da Europa, faria, amanhã, 100 anos.

Sem pretender alimentar outra noção da História do que aquela que permite aos vindouros compreender a sua condição de viajante num mundo que nos é dado para enobrecer, confrontamo-nos, como no caso presente, com uma sensação de perda de testemunhos vitais. O desaparecimento lento, mas inexorável, de figuras e vozes audíveis, moldando com força física e mental o esqueleto dos factos históricos, encaminha-nos para a memória.

O que ficará, em grande medida, fora da História do Século XX será, sem dúvida, toda a riqueza e experiência pessoais, criadas através de um espaço preenchido de imagens, sons e letras, que permanece, de forma esbatida, naqueles que, ainda, foram os últimos ouvintes de relatos de viva voz.

Serve a figura de Marion Dönhoff para invocar todos os que, de forma singela e anónima, contribuíram para o enriquecimento da História viva, base essencial da memória colectiva.
Na literatura, em que a memória se prolonga através do verbo, recordamos, a propósito, os contos de Siegfried Lenz So zärtlich war Suleyken [Tão delicada era Suleyken] ou a obra do escritor Johannes Bobrowski [a consultar através da página electrónica da Johannes-Bobrowski-Gesellschaft].


HMJ






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