Poeta do espaço invisível, onde Deus e a Morte quase sempre têm lugar cativo, Rainer Maria Rilke (4/12/1875-29/12/1926) teve uma vida errática entre a Áustria, França, Alemanha e Suiça. Foi secretário de Rodin e, a propósito do escultor francês, disse que "a vida dos grandes homens é como se fosse uma estrada abandonada, invadida pelas silvas, porque eles entregam tudo à sua arte".
Sendo um dos maiores poetas da língua alemã, segundo Stefan Zweig, a sua poesia não podia ser traduzida. Felizmente que há e houve tradutores à altura desta dificílima tarefa. Um deles foi Paulo Quintela. Aqui deixamos a sua versão do "Epitáfio" de Rilke, um dos poemas mais emblemáticos do autor, e que se encontra inscrito no seu túmulo, em Raron, na Suiça.
"Rosa, ó contradição pura, volúpia de ser
o sono de ninguém sob tantas pálpebras."
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