Hoje, faz-nos imensa falta o sentido desempoeirado e isento da crítica lúcida de tempos passados, ainda que por vezes excessivamente rigorosa e sujeita a pequenos erros de apreciação. A existir, poupava-nos a edição mediocre de tantos "escritores" sem o mínimo de qualidade, que se vão vendendo a leitores sem o mínimo de exigência e critério sério.
Em função do que disse atrás, atente-se nesta entrevista de Baptista Bastos ao poeta Alexandre O'Neill:
"... Baptista Bastos - Vejamos, agora: e que é um escritor menor?
Alexandre O'Neill - Nuno Bragança. E, já que estamos nos Nunos, o Nuno Júdice. E já que estamos nos enes, o Namora.
B. B. - Um bom escritor pode escrever um mau livro?
A. O. - Pode. Por exemplo, o Cardoso Pires, n' O Anjo Ancorado.
B. B. - E um mau escritor pode escrever um bom livro?
A. O. - Pode. Por exemplo, o Alves Redol escreveu o Barranco de Cegos, um bom livro.
..."
in O Homem em Ponto - Entrevistas (pg. 176).
Acho que esta entrevista está recolhida no «Diz-lhe que estás ocupado»: conversas com Alexandre O'Neill. Hei de ler este livro de entrevista do BB que não sabia que tinha sido publicado.
ResponderEliminarBom sábado!
Não consegui apurar se esta entrevista vem na obra que refere. Mas foi inicialmente publicada no Semanário "O Ponto" e reeditada no livro em imagem que saiu, em Abril de 1984, na Relógio D'Água.
EliminarRetribuo os votos!
Desculpem intrometer-me, esta entrevista está na página 91 do livro que MR refere.
ResponderEliminarBom domingo para ambos.
Agradeço a achega.
EliminarRetribuo, cordialmente.