![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgykOGuTvH1qAKJsmEIZIycfA_FQqJTVdyLRxMeC76mztD-jBwsNtxGEa47jgLjCCZmcdXmpVe6L-UjFWL24JDWn4eA2a5QPScA81haBMu2iol-dSv-GNUrpUNsrIX6yky-QFQ4B4acHT3n/s400/image007.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvBbMztqNGjW8rD3FBYGL0S6d6IBII2ah_vXG5s2s3IkrrPPWlzOkS2vkwYz19uvrUF8b7TGhbGjVo4cg66vCu3fpEl0jgRtmeBI7HIzQ9R_-UCiWy4HwovzPqK9BpqtnIJMaNdQTLBIan/s400/Francello+ou+P.+das+T..jpg)
Nos jornais, recentemente, li que o francelho ou peneireiro das torres foi reintroduzido nos ares e céus de Évora. Fiquei contente, porque gosto muito de Évora e não gosto menos destas pequenas aves de rapina. Mas Évora foi apenas pragmática e natural, na resolução de um problema citadino. No centro histórico da cidade abundam, para além do razoável, os pombos e os ratos. E o peneireiro "sabe tratar" deles...
O primeiro peneireiro das torres, ao vivo e em liberdade, que vi, foi - por incrível que pareça - no coração de Lisboa. Julgo que em 1999. Acoitava-se num enorme edifício devoluto, de memória sinistra. E, numa manhã de Verão, aqui há cinco ou seis anos, quando começavam a construir, nesse edifício, um condomínio fechado, pareceu vir despedir-se de nós, do alto duma chaminé já desactivada. Olhou-nos sobranceiro e, passados 2 ou 3 minutos, levantou voo, alto, e nunca mais apareceu. Apetece-me, sempre, pensar que terá ido para o arvoredo de Monsanto. Felizmente, teve sucessor, para alegria do nosso olhar.
Há três ou quatro anos, da varanda a leste, apercebi-me do voo alto, ao fim da tarde, duma ave inesperada que logo me pareceu de rapina. Com os binóculos, consegui identificá-la: era um peneireiro das torres, ou francelho, outrabandista. Mais tarde, compreendi que era uma família: um casal e uma cria pequena. E, por aqui, ainda ele tem Natureza que farte, bichos aos montes e horizontes largos. Por isso, também, e apesar deste outrabandista ser mais esquivo do que o citadino, voltou-me o contentamento, de os ver altos, no seu voo elegante e nobre de aves de rapina.
P. S. : para H. N., por variadíssimas razões.
Sem comentários:
Enviar um comentário