sábado, 18 de janeiro de 2020

Apontamento 129: J.V. de Pina Martins - Centenário do Nascimento



A BNP fez bem, pela mão de João Alves Dias, evocar J.V. de Pina Martins no dia do seu centenário de nascimento.

Associando-me à evocação significa lembrar-me do Professor que, para além de literatura, transmitia esse universo ilimitado do livro, reunido também na sua Biblioteca de Estudos Humanístico e reproduzido acima.

Os ensinamentos recebidos durante um ano como discípula de J.V. de Pina Martins, de que falei aqui no Arpose a 30.4.2010, perduram ainda hoje, tanto nas releituras de obras que mencionava, como na dedicação ao seu objecto de eleição suprema, o livro.

Regresso, com proveito, ao “seu” Giovanni Pico della Mirandola (1463-1496) no Discurso sobre a Dignidade do Homem, e às palavras de J.P. de Pina Martins, no prefácio, relembrando-nos a Filosofia que se dedica à “valorização do homem na sua condição terrestre”.

Recentemente, porventura por estranha influência dos astros, retomei a leitura de um outro de seus autores citados nas longas conversas sobre literatura. Com efeito, de Petrarca (1304-1374) releio, de momento, De sui ipsius et multorum ignorantia. O livro constitui a invectiva contra pretensos amigos, que o acusaram de ignorância, invejosos, sobretudo, do renome e saber de Francesco Petrarca. Assumindo a sua própria ignorância nesta epístola, colocando a designação de “obra” entre aspas, as reflexões não podiam ser mais actuais. Rodeado de um mundo medíocre, ignorante e invejoso, Petrarca deseja apenas a “paz” e lamenta-se da “guerra” que os homens, indevidamente, lhe provocam.



Uma edição fac-similada, prefaciada por J.V. de Pina Martins, sobre o poeta Dante Allighieri, permite recordar também, para finalizar, as iniciativas de «O Mundo do Livro» dedicadas ao Livro Antigo.

Post de HMJ

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