sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Editar os Clássicos


Muito recentemente, tive conhecimento da patriótica e louvável iniciativa da Real Academia Española de começar a editar os clássicos nacionais. Desde La Celestina, Cantar de Mio Cid, ao Milagros de Nuestra Señora, de Berceo, as principais obras-primas castelhanas irão ter reedições. Respeito, divulgação aprofundada e amor à língua, terão sido os motivos principais da Academia. Cada geração de espanhóis - julgo poder afirmá-lo, sem exagero - teve oportunidade de ter, no seu tempo, à mão e ler os seus maiores. Ao contrário de Portugal, infelizmente. Quantos dos nossos clássicos estarão acessíveis (não esgotados e a preços módicos) ao público leitor, hoje?
Tirando a colecção de Clássicos Sá da Costa (parcial e limitada), iniciada nos anos 40, a estratégia (embora um pouco desordenada e muito incompleta) semelhante da Imprensa Nacional, nos anos 80, durante o consulado de Graça Moura, desde o séc. XX que não há um plano de divulgação alargado, com a publicação das nossas obras e autores maiores. Visão estreita de quem tinha a obrigação de a apoiar e incentivar, até por uma questão de saudável patriotismo. O declínio dos estudos dos Clássicos e leituras, no Ensino oficial, são o sintoma mais evidente deste desamor e desleixo nacionais que grassa e se vai prolongando, sempre.

2 comentários:

  1. É uma urgência; em edições de bolso, baratas.

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  2. Absolutamente. Estas, espanholas, rondarão os 20/25 euros, mas têm aparato crítico e notas.

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