segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Osmose (28)


Apenas a imitação da beleza perdura, na sua estática indiferença à passagem do tempo. Num quadro, num poema, numa fotografia, num monumento. Ainda que as cores do quadro se tornem mais sombrias e a fotografia amareleça, lentamente. Ou que o monumento se vá pulverizando em ruínas, pouco a pouco. O seu traçado matricial ou virtual, mantém ainda um equilíbrio estético intemporal.
Raramente o rosto vivo e humano consegue resistir, com dignidade, às rugas, à lassidão e às agruras dos anos. A Natureza é quase sempre madrasta e implacável.

2 comentários:

  1. Pois é! E acho que somos mais brandos em relação a nós próprios do que aos outros. Vemos-nos com os mesmos olhos, contudo...
    Há dias fui ver um filme com Isabella Rossellini. Fantástica porque está ali uma mulher de 60 anos, mas, embora continue linda, já não é a cara da publicidade da Lancôme. Não estando diferente, está.

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  2. Nem todos tem a sorte de uma Lauren Bacall ou de um Paul Newman. E as máscaras da velhice, às vezes, são grotescas, como a de Brigitte Bardot...

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