sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Osmose 111


Claro que posso dizer: vivo há 45 anos em Lisboa. Mas é falso ou, pelo menos, não é exacto. Quantos dias que, somados, fariam anos, passei por outras terras portuguesas, para além dos muito mais de 17 anos que vivi em Guimarães? E pela vizinha Espanha, por onde me iniciei em tenra meninice, devo ter, bem à vontade, aí 2 meses de permanência, feitas as contas de somar. Pouco mais ou pouco menos, deve seguir-se a Bélgica, que ultrapassa largamente Paris de França onde me aboletei cerca de uma semana, bem cara por sinal, aos preços da época. De Luxemburgo foi apenas um vol d'oiseau, menos ainda do que as horas que passei na e pela Holanda.
Europeu ocidental de alma e coração, e sem desejo doutras pátrias de afeição, restam-me Londres, Kew Gardens e Greenwich, por onde andei cerca de mês e meio, em seis anos distintos. Inglaterra, portanto. E, finalmente, a Alemanha, ocidental claro, que me acolheu bem perto de dois anos espaçados, por entre 1963 e 2018 - campeã das minhas permanências estrangeiras.
Se usasse de ufania, bem poderia dizer que tive a alma em pedaços pela Europa repartida, como do Mundo se gabava o nosso Vate maior...

8 comentários:

  1. Gostei sobretudo da última frase. Eu, além de Lisboa, vivi em Torres Vedras e (menos tempo) em Paris. Do resto da Europa, conheço um pouco da Alemanha, da Áustria, da República Checa, Inglaterra, Hungria, Itália e Grécia. Falta-me conhecer muita coisa, entre elas a Holanda e a Bélgica (sobretudo Bruges, que dizem que é lindo). E gostava de conhecer melhor a Itália, pois só fui a Florença. Boa noite!

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    1. Ganha-me muito em território..:-)
      Não me importava de conhecer algumas cidades de Itália e, durante anos, acalentei a vontade de ir à Hungria, mas vai sendo tarde.
      Bruges é bonita, mas um pouco no conceito de Óbidos, e das cidades belgas prefiro Gand.
      Boa noite.

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    2. E Espanha, claro - depois de França, deve ser o (outro) país europeu que conheço um bocadinho melhor. Boa noite!

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  2. Gostei de saber das suas deambulações por esta Europa e até, perdoe-me
    a sinceridade me faz uma certa inveja. Nasci e vivo ainda na mesma terra.
    No entanto também viajei um pouco, e onde estive mais dias foi na Hungria,
    país bonito mas cuja língua não ajudava à comunicação. Fui à Suiça, França,
    Inglaterra e Espanha, sempre em curtas estadias pois era nas férias que
    aproveitávamos para sair um pouco deste nosso país. Também gostei do último
    parágrafo do poste. Um bom fim de semana.

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    1. Pois, a Hungria..:-(
      Também devia, por uma questão de justiça ter referido Coimbra, onde nasci, e passei dois anos lectivos cabulando, mais tarde, universitariamente.
      Retribuo os seus votos, com estima.

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  3. Nasci e sempre vivi em Lisboa e se tivesse de ter saído de Lisboa ou de Portugal ter-me-ia custado imenso. Mas se isso se tivesse verificado e eu pudesse escolher, escolheria a Itália - pelo país e pelo povo.
    Não sei em que país permaneci mais tempo, sempre em férias: se no Reino Unido, se em Espanha. Entre os 6 ou 7 e os 17 anos, passava todos os anos uma semana de férias em Espanha, sempre numa região diferente e sempre a viajar. Dessas viagens não conheci Granada, Barcelona, Málaga e as ilhas. Ainda não conheço nem Málaga nem nenhuma das ilhas. Gosto muito de Espanha (belíssimas e grandes cidades) e dos espanhóis, no geral. Volto sempre a Espanha com muito prazer e vejo como o país se desenvolveu enormemente. Há dois dias tive uma grande alegria, se assim posso exprimir o que senti.
    Em 1970 estive um mês em Inglaterra. De meados da década de 80 a meados da década de 90, ia sempre ano sim ano não passar 15 dias ou três semanas a Inglaterra (sempre fora de Londres, cidade de que não gosto). Estive duas vezes no País de Gales e uma vez na Escócia. Em Londres devo ter estado no total, até hoje, três ou quatro semanas. Gosto do Reino Unido e das pessoas. Também nestas minhas visitas vi como o país foi decaindo, como uma classe operária culta se foi deteriorando, a partir dos governos de Margaret Tatcher. E como os sindicatos eram importantes para a educação dos trabalhadores. Cada ano em que voltava via mais pobreza, coisa que em 1970 não se via.
    De resto gosto e tenho viajado. Só não viajo mais porque não tenho t€mpo.
    Ainda gostava de ir a Nápoles, à Sicília, ao Vietname, Camboja, Egito e Argélia. Veremos...
    Mas conheço bem Portugal. Fui educada dentro do princípio que tínhamos de conhecer bem o nosso país. Da minha infância, tenho saudades das férias em que viajávamos muito entre Portugal e Espanha.
    Bom dia!

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    1. De Espanha, Barcelona sempre e muito mais do que Madrid.
      Mas nunca tive grande interesse em ir para além da Europa. Os exotismos nunca me atrairam excessivamente.
      Na verdade, a Inglaterra tem vindo a decair em todos os sentidos, com o tempo e inexoravelmente. Entre 1973 e 2017, Londres, pelo menos, que diferença em qualidade!... E para muito pior.
      Tenho algum afecto especial pela Bélgica, onde o moderno e o decadente, às vezes, se conjugam admiravelmente.
      Com os anos, porém, e com a confusão e bichas dos aeroportos, cada vez menos me apetece viajar.
      Um bom fim-de-semana.

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