Está hoje praticamente esquecido. E parece que não teve uma vida afortunada. No entanto, encheu de beleza, claridade e sensual alegria livros e capas de livros que foram de Eugénio de Andrade a Manuel da Fonseca, de Eduardo Teófilo a José Gomes Ferreira, e tantos outros. Manuel Ribeiro de Pavia que nasceu no Alentejo em 1907, veio a falecer, desamparado, num quarto de pensão que lhe servia de atelier, no dia em que completava, exactamente, 50 anos. A 19 de Março de 1957, na Rua Bernardim Ribeiro, em Lisboa.
Eugénio de Andrade, que o conhecia bem, em Os Afluentes do Silêncio, fala dele:
"Esta morte, assim sem mais nem menos, que um amigo me comunica, entala-se-me na garganta. «Morreu o Manuel Ribeiro de Pavia. Levou-o uma pneumonia que o foi encontrar depauperado por uma vida quase de miséria. Passava fome! Tinha uma única camisa! Não pagava o quarto há imenso tempo! E nós a falarmos-lhe de poesia...» Assim é: passava realmente fome. Todos nós o sabíamos. E ele a falar-nos de pintura, de poesia, da dignificação da vida. É justamente nisto que residia a sua grandeza. Não falava da sua fome - de que, feitas bem as contas, veio a morrer. A fome não consta de nenhum epitáfio. ..."
Bonita Homenagem. Enquanto for lembrado, não morreu!
ResponderEliminarGosto imenso das camponesas do Pavia. Muito bem lembrado.
ResponderEliminarObrigado, meus Amigos.
ResponderEliminarBela homenagem, sem dúvida, e o desenho é lindo...
ResponderEliminarTenho algo de parecido,mas não de "lindeza tamanha", do Augusto Gomes.
ResponderEliminarLembro-me dele desde a minha infância. Era um grande ilustrador e a lápis retratou com muita arte o seu Alentejo. para mim ele desenhou a cabeça de alentejana que , na sua simplicidade é uma maravilha.
ResponderEliminarConsidero-o um grande desenhador. E é pena que não seja mais lembrado, como merecia.
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