Quase não havia aves, no céu, ao entardecer. Nove dias a crescerem, ainda, até ao S. João, em claridade. E, depois, começam as noites, outra vez a ganhar terreno. Consigo ainda ler na varanda virada a leste, depois do jantar. Mas hoje quase não vejo pássaros: poucos insectos no ar?, o anoitecer demasiado fresco?, ou será que o peneireiro e a sua cria vigiam, lá do alto?
Na tenda "árabe" do terraço da casa defronte, lá ao longe, tremula a bandeira das quinas, esfarrapada (já tem 6 anos), ao vento. Não fosse este nacionalismo rasteiro e pedestre... Vizinhos passeiam os seus "lulus" no descampado, uma vizinha sacode da janela uma enorme toalha, do jantar. Nem pelas migalhas, os pardais regressam. As andorinhas, muito menos. Céu pálido, sem aves no horizonte.
Um friozinho tímido atravessa a rua, vindo do Norte. Instala-se. Enerva a quietude das duas palmeiras, até aí, tranquilas. Parece querer dar as boas vindas à noite que vem a chegar, pé ante pé, silenciosamente. São quase 21,30: uma gaivota, solitária, regressa. Ou será o peneireiro? De tão distante e alta, a ave, não consigo distinguir. O céu acinzenta, muito devagar. E a noite, discreta, parece que me pediu licença para entrar...
P. S. : para a MR, não só, mas também pelo Nino Rota.
Cheguei, há pouco, da rua. Por aqui venta (como dizia uma alentejana da minha infância). O ar é frio, desagradável. Vou «instalar-me» para a noite. Bom descanso, APS.
ResponderEliminarConcisa alentejana, diria eu.
ResponderEliminarRetribuo o descanso, c.a.,e desejo-lhe boa noite.
Muito obrigada. Gostei muito.
ResponderEliminarBom dia!
Bom dia, MR.
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